ECONOMIA
Em dia turbulento, dólar fechou em leve alta nesta terça-feira (17) e bateu seu novo recorde de cotação
Na máxima do dia, chegou a R$ 6,2065. Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, encerrou com avanço de 0,92%, a 124.698,04 pontos.
Em dia turbulento, o dólar fechou em leve alta nesta terça-feira (17) e bateu seu novo recorde de cotação: R$ 6,0956. A moeda norte-americana começou o dia em forte alta, chegando pela primeira vez à casa dos R$ 6,20. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,2065. Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, encerrou com avanço de 0,92%, a 124.698,04 pontos.
A forte subida do dólar pela manhã ocorreu porque pioraram as expectativas do mercado financeiro com o desenho do pacote de cortes de gastos enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional. A ideia é economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, e um total de R$ 375 bilhões até 2030.
O governo precisa reduzir os gastos porque tem uma meta de zerar o déficit público pelos próximos dois anos — ou seja, gastar o mesmo tanto que arrecada em 2024 e 2025. São as regras definidas pelo arcabouço fiscal, o conjunto de normas para controle das contas públicas.
O arcabouço também estipula que o governo deve começar a arrecadar mais do que gasta a partir de 2026, para controlar o endividamento público. Mas os investidores já não acreditam que as medidas tomadas pelo governo até aqui tenham o potencial para conter o avanço da dívida pública no longo prazo.
O mercado tinha a expectativa de que o governo mexesse em gastos estruturais nesse pacote de corte de gastos — como a Previdência, benefícios reajustados pelo salário mínimo e os pisos de investimento em saúde e educação. Isso não aconteceu.
Segundo os analistas, essas despesas tendem a subir em velocidade acelerada e têm potencial de anular esse esforço do pacote em pouco tempo. O governo, contudo, é avesso às medidas, que mexeriam com políticas públicas e com promessas de campanha do presidente Lula.
O Banco Central (BC) realizou mais duas intervenções no mercado de câmbio para reduzir a pressão do dólar sobre o real. O primeiro leilão vendeu US$ 1,2 bilhão, o segundo, US$ 2 bilhões. O movimento de forte alta não foi revertido, mas amenizou e voltou aos R$ 6,12. O avanço só perdeu força depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, anunciou que o plenário da Casa pretende votar, nas próximas horas, um dos textos que compõem o pacote fiscal, além do projeto de regulamentação da reforma tributária.
O dólar fechou em alta de 0,02%, cotado a R$ 6,0956, novo recorde nominal (que é o valor da moeda sem ajuste pela inflação). Com o resultado, acumulou ganhos de 1,01% na semana; alta de 1,58% no mês; e avanço de 25,62% no ano.
Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,99%, cotada a R$ 6,0942.