Rio Grande do Sul
Entidades criticam a decisão da Justiça que suspendeu o retorno do sistema de cogestão no RS
Governo gaúcho havia anunciado o retorno do sistema de cogestão no Estado.
O presidente da CDL Poa (Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre), Irio Piva, afirmou que a liminar concedida pela Justiça que suspende o sistema de cogestão regional e as flexibilizações anunciadas pelo governo do RS “choca, desanima e desespera os comerciantes gaúchos”.
“O momento é grave e exige medidas sérias. Porém, sabemos que não é no comércio formal, que segue rigorosamente todos os protocolos, que o vírus se espalha. A minha pergunta é: então por que é exatamente esse setor que está sendo penalizado? Me refiro a desde a lojinha de esquina, cujo dono sustenta a sua família com o que nela fatura, até a empresa que emprega milhares de pessoas, cujas vidas dependem do salário que recebem”, afirmou o dirigente.
“Imagine o dono de um pequeno restaurante que, com a possibilidade de reabertura na próxima segunda-feira, se reabasteceu de produtos, na sua maioria perecíveis, e agora não poderá reabrir. Precisamos de decisões que levem em consideração todos os lados. Mais do que isso, precisamos de previsibilidade. Não podemos ficar à mercê da opinião de profissionais que recebem o seu salário no final do mês, independente do que esteja acontecendo. Terá esse juiz levado em consideração as milhares de famílias prejudicadas com a sua decisão? São famílias que, há um ano, já vêm enfrentando dificuldades e que, agora, ficarão numa situação ainda pior”, disse Piva.
“Estamos lidando com vidas humanas, mas é preciso olhar para elas em todos os sentidos. Afinal, sem comida na mesa, não há dignidade. Reforço que não podemos mais penalizar aqueles que agem com responsabilidade, seguindo todos os protocolos e cuidando dos seus funcionários e clientes”, concluiu o presidente da CDL Poa.
FCDL-RS
A FCDL-RS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS) também manifestou a sua contrariedade em relação à liminar judicial que suspendeu o retorno da cogestão e as flexibilizações de protocolos da bandeira preta.
“Essa decisão acarreta mais prejuízos à já combalida economia do Rio Grande do Sul e projeta, para breve, o fechamento definitivo de centenas de empresas e a extinção de milhares de postos de trabalho no Estado. Com total conhecimento técnico do atual estágio da pandemia no RS, o Governo do Estado foi sensível aos apelos do setor empresarial e permitiu a retomada do sistema de cogestão e das atividades econômicas. O comércio e demais setores produtivos, com muita responsabilidade, estão prontos para voltar a trabalhar, seguindo à risca os protocolos estabelecidos. Reforçamos que o comércio não é o polo disseminador da Covid-19”, afirmou o presidente da entidade, Vitor Augusto Koch.