Saúde
Equipe médica de terapia intensiva do HC, realiza curso de imersão em Ultrassonografia
Curso inédito em Erechim tem extensa programação relacionada ao ultrassom à beira do leito (ultrassom point-of-care)
Com o propósito de manter as equipes médicas atualizadas e qualificar ainda mais o atendimento aos pacientes, a equipe da terapia intensiva do HC juntamente com o Hospital de Caridade promoveram neste sábado, 27, e no domingo, 28, no Auditório de Centro Clínico do HC, um curso de imersão em ultrassom à beira do leito, também chamado de ‘ultrassom point-of-care’.
A atividade, liderada pelo diretor técnico do Caridade, Paulo Dall´Agnol, é inédita em Erechim e troux à Capital da Amizade experimentada equipe de instrutores, coordenada pelo Dr. Marcus Gomes Bastos, que realizam a capacitação em todo o País.
No que consiste o ‘ultrassom point-of-care’?
Dall´Agnol explica que até algumas décadas atrás, os principais pilares do exame físico à beira leito eram constituídos de inspeção, palpação, percussão e ausculta, habilidades transmitidas desde Hipócrates entre gerações.
No entanto, apesar do aprimoramento das técnicas por cerca de dois mil anos, o exame físico tradicional não sempre é assertivo.
Em doenças neurológicas e dermatológicas, o exame clínico tem utilidade indiscutível; entretanto, em outros cenários (como nas doenças cardiovasculares, traumas, choque, tromboses, congestão circulatória e punções de veias centrais) podem carecer de precisão.
“Embora não se discuta a utilidade, a importância e o papel do exame físico no cuidado médico, é importante termos presente que, a cada dia, o ultrassom ganha espaço para aumentar a precisão de diagnósticos, intervenções e a agilidade com que se decide tratamentos”, explica o médico.
Segundo Dall’Agnol é sobre essa perspectiva, que a equipe médica de terapia intensiva e o HC promovem o curso.
“O ultrassom point-of-care utiliza a ultrassonografia móvel como parte da avaliação à beira do leito dos pacientes, complementando o exame físico, auxiliando no esclarecimento e no diagnóstico de várias patologias”, pontua.
A técnica pode ser empregada por médicos não especialistas em imagem, mas que, mediante treinamento, passam a estar aptos ao uso. Serão beneficiados intensivistas, emergencistas, cirurgiões, anestesistas, clínicos, e outras especialidades.
Você sabia?
Os primeiros registros do uso de ultrassom ocorreram no século 20, quando a tecnologia de sonar foi estudada para uso durante as grandes guerras mundiais.
Entre os anos 1960 e 1980, a ultrassonografia foi integrada à prática médica como exame complementar e, nas últimas duas décadas, foi implementada a sua utilização à beira do leito, em virtude da comercialização de aparelhos cada vez mais compactos e precisos.
O funcionamento do ultrassom é baseado nas propriedades de um material piezoelétrico (como o quartzo, por exemplo).
Esse tipo de material tem uma característica muito peculiar: emitir ondas sonoras sob estímulo elétrico e, ao receber estímulo de ondas, ser capaz de transformá-las novamente em estímulos elétricos.
Com isso, é possível “jogar ondas”, recebê-las de volta e gerar “impressões”, ou seja, uma “fotografia” do tecido examinado.