O governo discute no congresso uma nova forma de auxílio emergencial. O auxílio que seria chamado de Benefício de Inclusão Produtiva – BIP- seria vinculado a um curso profissionalizante para que o cidadão pudesse aumentar a possibilidade de conseguir um emprego na sequência. Com o fechamento de empresas e demissões em massa, o auxílio emergencial foi a única fonte de renda para muitas pessoas desde março quando o coronavírus chegou ao país.
Em entrevista ao Portal AU Online, Luciano Alves dos Santos, que é Mestre em Direto e Professor dos cursos de Graduação e Pós Graduação em Direito, Administração, Contabilidade, além de Engenharia Elétrica e Odontodologia da URI- Campus Erechim, disse que o auxílio emergencial foi importante especialmente para aqueles que perderam o emprego e para os trabalhadores informais que não tinham renda alguma.
Segundo o professor, mesmo com o auxílio emergencial a renda e o poder de compra das pessoas caiu bastante na média nacional, fazendo com que o Brasil regredisse vários anos em termos econômicos.
“Sem o auxílio emergencial e a possibilidade de que as pessoas ficassem sem renda e que a fome em massa se estabelecesse no pais esse retrocesso poderia ser muito aumentado. O benefício que auxilia as pessoas também evita que a criminalidade aumente”, explicou o professor.
Segundo Luciano Alves dos Santos o governo estuda a possibilidade de pagar esse benefício para a metade da população e com um valor menor. “Seria em torno de 6 bilhões ao mês, ao passo que quando se pagava a parcela de R$ 600 isso custava 50 bilhões ao mês aos cofres públicos” destacou.
O especialista disse que ainda se discute o valor ideal para o benefício e que deputados da oposição estão querendo um valor maior que os R$ 200 ventilados pelo governo alegando que a economia está muito cara. “O problema é orçamentário, não é só implementar o programa, mas de onde vai se tirar o dinheiro para isso”, argumentou Luciano dos Santos, que disse que a necessidade da população é infinita e os recursos do governo são finitos.
O professor entende que a discussão no congresso está atrelada a vacinação. “Se esperava que a imunização tivesse começado ainda em novembro e se achava que com as pessoas vacinadas, a economia se aqueceria fazendo com que o benefício pudesse acabar em dezembro. Como isso não aconteceu, fez com que a discussão do auxílio voltasse”.
Luciano destacou também que a valorização do dólar diminui o poder de compra do real. “Muitas coisas precisam ser importadas porque a indústria precisou parar fazendo com que os preços no país aumentassem”, explicou.
O docente explicou que o Brasil teve um tempo em relação a Europa para se preparar para a pandemia. “Vimos o vírus saindo da China, vindo para a Europa e depois para o Brasil com mais força. Nosso maior erro no combate a doença foi achar que por sermos um país tropical o vírus morreria ao chegar aqui”.
Para Luciano, quando se flexibilizou a questão das compras e da lei das licitações para a aquisição de materiais para tratar a doença se abriu uma porta muito grande para o cometimento de crimes e para o desvio de verbas. “Se fossemos mais acelerados e a situação mais regulada, teria sido melhor para os cofres públicos”. O professor apontou que muitos administradores esperaram a situação chegar a um patamar muito ruim para começar a se mexer e isso matou muita gente.
O professor da Uri destacou que a economia em 2021 deve ter um leve crescimento, mas que deve levar mais algum tempo para apresentar melhoras significativas. “Com a vacinação vai dar uma melhorada mas precisamos ter consciência de que os cuidados tem que ser diários e ainda vamos usar máscara por bastante tempo”.
Luciano apontou que em Erechim muitas pessoas não estão tomando os cuidados necessários para a não disseminação do vírus. “Vejo que quanto mais tomarmos cuidado, mais a economia vai aquecer e vamos afastar a possibilidade de um lockdown. Parte muito da questão pessoal e não é só um problema do governo”, concluiu o professor.
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