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Estiagem no RS: Famurs projeta mais de cem cidades em situação de emergência nesta semana

Fórum permanente voltou a discutir o tema nesta quarta-feira, em reunião

Por Rádio Guaíba Publicado em 11/01/2023 19:15 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) estima que o número de cidades gaúchas em situação de emergência pela estiagem ultrapasse a marca dos 100 até o fim da semana. Segundo a Defesa Civil, até esta quarta-feira, 61 municípios haviam formalizado o pedido de socorro em decorrência da seca. Desses, 16 tiveram o pedido homologado pelo Estado e um, Tupanciretã, reconhecido pela União.

“Devemos ter um crescimento exponencial, nos próximos dias, no número de cidades em situação de emergência – passando dos 100 até o final da semana. Já pedimos dentro do programa Avançar, a priorização das demandas da agricultura. A questão dos poços, neste momento, é mais importante que a das cisternas. Estamos tentando, também, avançar por meio de consórcios municipais”, explica o presidente da entidade, Paulinho Salerno.

O dirigente é prefeito de Restinga Sêca, cidade localizada na região Central do Rio Grande do Sul, justamente a área mais castigada pela falta de chuva. O tema voltou a ser discutido pelo Fórum Permanente de Enfrentamento à Estiagem, nesta quarta, em reunião que contou também com a presença de integrantes do governo do Estado e lideranças de entidades vinculadas à produção agrícola.

“Esta estiagem ocorreu um pouco antes do que no ano passado – quando, nesta época, recém havia começado. Não existe padrão de seca. Cada ano é uma situação diferente. Ou teremos uma situação muito específica, em algumas regiões, ou este panorama mais difícil, com áreas mais abrangentes. Neste caso, o tema demanda mais espaço nas discussões”, explica o diretor-técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri.

Foto: Alex Silveira / Divulgação






Prejuízos ainda em avaliação

Os prejuízos da estiagem no campo ainda seguem em avaliação. Até o momento, as lavouras de milho foram as que mais sofreram. Além da quebra imediata no faturamento do campo, a situação causa aflição em outras cadeias de produção. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, lembra que o cereal é a base da alimentação das aves, e que a necessidade de importação acarreta em aumento de preço.

“Sem a água, não conseguimos ter uma criação uniforme. O setor busca recursos, com poços artesianos e outras fontes de abastecimento. Mas há outro problema, no ponto do suprimento. Somos deficitários, historicamente, no milho. Por isso, os custos do produtor não baixam nunca. Já tivemos uma dificuldade durante a pandemia, quando o preço da saca passou de R$ 46 para R$ 110”, ressalta.


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