Saúde

Estudo de vacina contra dengue começa em junho em duas cidades gaúchas

Pesquisa do Instituto Butantan pretende recrutar 700 participantes em Porto Alegre e Pelotas

Por Correio do Povo Publicado em 05/05/2022 16:18 - Atualizado em 03/06/2024 11:10

Uma nova etapa de estudo do Instituto Butantan sobre vacina contra dengue será iniciada em junho no Rio Grande do Sul, com voluntários de Porto Alegre e Pelotas. A análise faz parte do ensaio clínico de fase 3, que é o estudo principal do imunizante e que está em andamento desde 2016.

Está previsto o recrutamento de 700 participantes homens e mulheres sadios ou com doença clinicamente controlada, com idade entre 18 e 59 anos completos. Em Porto Alegre, eles participarão da pesquisa no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), e em Pelotas, no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Os que farão parte da análise devem concordar com contatos periódicos por telefone, meios eletrônicos e visitas presenciais nos centros de pesquisas e, se necessário, visitas domiciliares em um período de 52 semanas.

A vacina usa a técnica de vírus atenuado contra a dengue, utilizando vírus enfraquecidos que induzem a produção de anticorpos sem causar a doença e com poucas reações adversas. Ela será tetravalente e vai proteger a população dos quatro tipos de dengue.

Critérios para participar

Não poderão participar do estudo mulheres gestantes e lactantes ou que desejam engravidar nos próximos três meses a partir da data de entrada da participante, pessoas com doenças crônicas sem o devido controle ou que usem medicamentos que comprometem o sistema imunológico, e pessoas que já participam de outro estudo clínico.

Os participantes receberão uma dose do imunizante de um dos três lotes da vacina, ou de placebo, e serão acompanhados até a visita da semana 52 do protocolo. Os pesquisadores farão a avaliação da consistência da vacina, comparando os títulos de anticorpos neutralizantes aferidos no 28º dia após a aplicação da vacina.

Escolha do Rio Grande do Sul

O diretor médico do Instituto Butantan, Wellington Briques, destaca que a pesquisa precisa ser realizada em uma população que está minimamente exposta ao vírus da dengue, como acontece nas cidades gaúchas, embora os números de casos tenham aumentado neste ano.

“No Sul é onde a gente tem uma maior probabilidade de achar pessoas que nunca foram expostas ao vírus da dengue e, com isso, conseguimos avaliar a resposta imune da vacina. Essa resposta imune vai mostrar se os diferentes lotes da vacina são equivalentes entre si e, em conjunto com os dados do estudo principal, demonstrar se a vacina impede a pessoa de ter uma dengue sintomática”, afirma.

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