Estudo revela que mais de 60% dos casos de câncer colorretal no Brasil são diagnosticados tardiamente

Levantamento da Fundação do Câncer aponta que atraso no diagnóstico reduz significativamente as chances de cura, destacando a necessidade de rastreamento precoce e prevenção.

Por Redação Publicado em 27/11/2025 10:53 - Atualizado em 27/11/2025 11:07

Um estudo da Fundação do Câncer, lançado no Dia Nacional de Combate ao Câncer (27/11), revelou que mais de 60% dos 177 mil casos de câncer colorretal registrados entre 2013 e 2022 no Brasil foram diagnosticados em estágios avançados, reduzindo significativamente as chances de cura. Segundo o cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, 50% dos pacientes chegam em estágio 4 e 25% em estágio 3, o que representa mais de 70% dos casos.

O estudo reforça a importância do diagnóstico precoce, por meio de exames como a pesquisa de sangue oculto nas fezes e, se necessário, colonoscopia. A Fundação do Câncer sugere antecipar o rastreamento para 40 ou 45 anos, visando identificar lesões precursoras antes que se tornem malignas.

Além disso, a prevenção primária é essencial: manter peso saudável, praticar atividades físicas, evitar tabaco e consumo excessivo de álcool contribui para reduzir os casos da doença.

O levantamento também mostrou que o câncer colorretal é mais comum em brancos (34,6%) e negros (30,9%), com maior concentração de casos e equipamentos hospitalares nas regiões Sudeste e Sul. Populações do Centro-Oeste (18%) e Norte (6,5%) frequentemente precisam se deslocar para tratamento em outras regiões.

A Fundação do Câncer projeta um aumento de 21% nos casos de câncer colorretal entre 2030 e 2040, chegando a cerca de 71 mil novos casos e 40 mil mortes. Para o cirurgião Luiz Augusto Maltoni, o cenário é alarmante, principalmente pelo envelhecimento da população, e destaca a necessidade urgente de estratégias eficazes de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce nos próximos 15 anos.

O estudo da Fundação do Câncer identifica tabagismo e obesidade como fatores de risco importantes para o câncer colorretal. Capitais com alta prevalência de fumantes ou obesidade, como Porto Alegre, Campo Grande, Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, apresentam maiores taxas da doença, reforçando a importância de políticas de alimentação saudável e atividade física.

Quase 50% dos casos estão na Região Sudeste, e 85,9% dos pacientes têm 50 anos ou mais, indicando a necessidade de rastreamento precoce. Além disso, 47,7% dos pacientes têm apenas ensino fundamental, e a cirurgia continua sendo o principal tratamento inicial, isolada ou combinada com outras modalidades.

* Com informações da Agência Brasil