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Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, morre aos cem anos

O político, filiado ao Partido Democrata, foi senador e governador do Estado da Geórgia antes de chegar à presidência, marcada por uma grave crise econômica e esforços de paz em todo o mundo.

Por O Sul Publicado em 29/12/2024 19:20 - Atualizado em 29/12/2024 19:25

Morreu neste domingo (29) aos 100 anos Jimmy Carter, presidente dos Estados Unidos entre 1977 e 1981. A informação foi confirmada por seu filho ao jornal americano “The Washington Post”. O político, filiado ao Partido Democrata, foi senador e governador do Estado da Geórgia antes de chegar à presidência, marcada por uma grave crise econômica e esforços de paz em todo o mundo.

Reprodução/JBL Library

Uma disputa diplomática com o Irã resultou no sequestro de 52 americanos na embaixada em Teerã em 1979. Os reféns só foram soltos 444 dias depois, já na gestão do presidente Reagan, e o caso manchou a reputação de Carter, criticado por lidar de forma desastrosa com o evento.

Ele continuou atuando politicamente por meio da Fundação Carter, criada por ele em 1982, e organizou missões diplomáticas pelo mundo. O político ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2002. James Earl “Jimmy” Carter Junior nasceu em 1º de outubro de 1924 na pequena cidade rural de Plains, no Estado da Geórgia. Seu pai era um fazendeiro e homem de negócios e sua mãe, uma enfermeira.

Ele fez o ensino básico em um escola pública local e passou pela Faculdade do Sudoeste da Geórgia e pelo Instituto de Tecnologia do estado antes de se formar bacharel em Ciência, em 1946, pela Academia Naval dos Estados Unidos. Também em 1946, ele se casou com Rosalynn Smith, de sua cidade natal.

Na Marinha, Carter serviu em submarinos pelos oceanos Atlântico e Pacífico e chegou ao cargo de tenente. Foi escolhido por um superior para entrar no programa de submarinos nucleares e foi enviado para Schenectady, Nova York, onde se formou em tecnologia de reatores e física nuclear.

Após seu pai morrer em 1953, ele saiu da Marinha e voltou para Plains, onde assumiu os negócios da família, que incluíam fazendas e uma empresa de suprimentos rurais. Jimmy começou a vida política na cidade, servindo como administrador da educação, do hospital e da biblioteca locais e se tornou líder da comunidade e se filiou ao Partido Democrata.

Em 1962, ele ganhou a eleição para o cargo de senador pelo estado da Geórgia, com mandato de dois anos. Carter adquiriu notoriedade por atacar gastos governamentais e por ser contrário a leis que tiravam o direito de votar dos negros. Foi reeleito em 1964.

O político se candidatou para o governo do estado em 1966, mas nem chegou a ganhar as primárias do Partido Democrata. Ele tentou novamente e venceu em 1970 ao apresentar uma plataforma mais conservadora, buscando apoio de defensores da segregação racial. Mas, já no discurso de posse, em 1971, sinalizou para o fim da discriminação racial no estado. Carter foi governador até 1975, e durante seu mandato promoveu uma reforma administrativa que enxugou o gasto das agências públicas. O aborto foi legalizado — com restrições — no estado em 1973 após decisão da Suprema Corte do país, apesar dele, um batista fervoroso, se opor pessoalmente.

Em 1974, ainda governador, Jimmy anunciou sua candidatura à presidência para a eleição que seria realizada dois anos mais tarde. Ele ganhou as eleições em 1976 e tornou-se o 39º presidente dos EUA no ano seguinte, servindo até 1981.

A gestão do presidente foi marcada por uma forte crise econômica e energética no país, um esforço diplomático de paz no resto do mundo e o sequestro de 52 americanos em Teerã por iranianos. Em 2002, recebeu o Prêmio Nobel da Paz pela promoção de soluções pacíficas em conflitos internacionais. Jimmy e Rosalynn tiveram quatro filhos. Um dos netos, Jason, foi eleito senador da Geórgia pelo Partido Democrata em 2010. As informações são do portal de notícias G1.