Operação Acqua Toffana
Exames no corpo do sogro da suspeita de envenenamento, comprova presença de arsênico
O corpo de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise Moura dos Anjos, suspeita do crime, foi exumado na manhã quarta-feira, no Cemitério São Vicente, em Canoas.
A perícia confirmou a presença de arsênio no corpo de Paulo Luiz dos Anjos, sogro da mulher suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas em Torres em dezembro passado. Exames constataram que a concentração de arsênio no estômago do sogro era a segunda maior entre as vítimas, evidenciando um envenenamento proposital.
O corpo de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise Moura dos Anjos, suspeita do crime, foi exumado na manhã quarta-feira, no Cemitério São Vicente, em Canoas.
O homem morreu no dia 2 de setembro, dois dias após a visita da nora, que levou bananas e leite em pó na ocasião. Após consumir o alimento, ele teve vômitos e diarreia, os mesmos sintomas observados nas pessoas que ingeriram o bolo no último dia Natal. A polícia confirmou nesta sexta que a causa da morte do homem foi envenenamento.
A família acreditou que Paulo havia morrido por intoxicação alimentar. À época, a crença foi de que o motivo do óbito seria o consumo das bananas, teoricamente contaminadas na enchente.
Deise Moura dos Anjos está presa temporariamente, e é investigada por suspeita de triplo homicídio e de três tentativas de homicídio. A fonte da contaminação por arsênio foi a farinha usada para fazer o bolo consumido pelas vítimas, conforme as autoridades.
De acordo com a delegada Sabrina Deffente, diretora regional da polícia no Litoral Norte, Deise praticava "tentativas de homicídio em série". Ainda segundo a delegada, há indícios de que Deise "tenha praticado outros envenenamentos em pessoas proxímas da família".
Deise nega qualquer responsabilidade sobre as mortes. Em nota, a defesa alegou que as prisões temporárias "possuem caráter investigativo" e que "ainda restam diversos questionamentos e respostas em aberto neste caso".