Ciência
Explosões solares em 2024 serão as maiores em anos
Qual o motivo e como irão afetar a vida na Terra?
Várias já foram as expedições e os estudos para tentar entender o sol e como ele funciona. E esse estudo da nossa estrela ainda é feito. Justamente por isso que sempre existem novas descobertas. Mas a atividade dele é monitorada há tempos. Até porque, a evolução no planeta está relacionada com o tipo de estrela do sol, sua atividade solar e com a frequência que ele emite luz.
Normalmente, uma explosão solar acontece quando a energia magnética se acumula na atmosfera do sol e libera uma quantidade grande de energia e radiação eletromagnética de uma hora para outra,. Dentre essa radiação liberada estão microondas, ondas de rádio, raios X, raios gama e luz visível.
Geralmente as erupções acontecem em regiões da estrela com manchas solares, que é onde existem campos magnéticos mais potentes. De acordo com os cientistas, a atividade solar tem um ciclo que acontece a cada 11 anos e tem como resultado picos de erupções.
Existem ao todo cinco tipos de erupções solares, são elas: classe X, M, C, B e A. As mais poderosas são as de classe X, depois as de classe M tem uma potência cerca de 10 vezes menor. Depois delas vem as erupções C, B e A. Essas são fracas e não causam nenhum tipo de efeito grande no nosso planeta.
Em vários lugares está sendo dito que 2024 será um ano apocalíptico justamente por causa das tempestades solares. Isso está sendo dito porque o pico de atividade solar está previsto para acontecer entre 2024 e 2025. Então, nesse ano já serão vistas manchas solares com mais frequência, o que resultará em erupções solares e tempestades solares.
Mesmo que isso aconteça, não existe um perigo direto para a vida no nosso planeta ou para a tecnologia. O que realmente pode acontecer são alguns inconvenientes. Como por exemplo, o que aconteceu no dia 14 de dezembro do ano passado. Nesse dia, uma tempestade solar acabou interrompendo a comunicação via rádio dos aviões.
Além disso, por mais que seja improvável, durante uma tempestade solar forte, os satélites podem acabar sendo desligados durante algumas horas. No entanto, essa possibilidade é bem baixa e existem mais satélites para compensar caso isso aconteça. E é bom lembrar que parte do fluxo da internet está em cabos no fundo do mar.
Por isso que a melhor coisa a ser feita é não entrar em pânico e lembrar que já houveram outros anos de pico no ciclo solar, em 2000 e 2014, e nada aconteceu. Então, é de se esperar que nada grave aconteça nesses anos de pico.
Por mais que essas erupções não causem grandes danos na Terra nesse ano, isso não quer dizer que elas não podem causar ou já causaram.
Quando acontecem as explosões de classe M e as X, a Terra, os satélites em volta do planeta e até mesmo os astronautas podem ser afetados de forma significativa. No caso desses eventos, elas podem desencadear uma liberação de energia muito grande que afeta o comportamento da magnetosfera da Terra. Como resultado são vistas tempestades geomagnéticas que causam diferentes efeitos.
Alguns exemplos são: em 1989, a cidade de Quebec, no Canadá ficou sem energia por 12 horas. E pessoas dos EUA e Cube observaram uma aurora boreal incrível verde e azul.
Outro efeito visto com essa liberação de massa coronal é que liberando quantidades grandes de energia, como prótons, elétrons, radiação eletromagnética e outros tipos de radiação, as tempestades geomagnéticas acontecem e isso tem consequência nas redes elétricas, sistemas de GPS e alguns dispositivos eletrônicos.
Contudo, as tempestades geomagnéticas e auroras não são as únicas consequências das explosões solares. Elas podem causar danos em satélites de comunicação e aumentar os níveis de radiação nos locais com altitude elevada.
De acordo com um estudo de 2020, pode existir uma relação entre as ejeções de massa coronal com terremotos no nosso planeta. E esses terremotos teriam como resultado, tsunamis.
Um outro estudo de 2021 sugeriu que aconteceu mais terremotos no nosso planeta no período do ciclo máximo solar. Isso cria uma possível conexão entre a atividade do astro e as catástrofes vistas na Terra.
“Há também um número menor de pesquisadores que estudaram possíveis vínculos entre a atividade solar, tempestades eletromagnéticas e terremotos. A primeira ideia de que manchas solares poderiam influenciar a ocorrência de terremotos remonta a 1853 e é atribuída ao grande astrônomo solar [Johann Rudolf] Wolf. Desde então, vários cientistas relataram algum tipo de relação entre a atividade solar e a ocorrência de terremotos; ou entre a sismicidade global e variações geomagnéticas ou tempestades magnéticas”, escreveram os pesquisadores do estudo de 2020.