Expointer 2025: Emater/RS-Ascar lança projeto de conservação dos campos sulinos

Por Redação VL Publicado em 02/09/2025 21:28 - Atualizado em 02/09/2025 21:32

A partir do lançamento do Projeto Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) na Restauração dos Campos Sulinos, na tarde desta terça-feira (02/09) na Expointer, a Emater/RS-Ascar incorpora às ações extensionistas seu compromisso com a conservação, tradição e produtividade dos Campos Sulinos, que envolvem áreas campestres de todo o Estado.

Participaram do lançamento na Arena da Extensão da Emater/RS-Ascar o diretor técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera, que apresentou a linha de trabalho da Instituição e o novo projeto, a diretora do Departamento de Biodiversidade (Dbio) da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (SEMA), Cátia Gonçalves, a coordenadora de Meio Ambiente e Fundiário da Diretoria de Meio Ambiente e Sustentabilidade – CPFL Energia / CPFL Transmissão, Rosangela Bortoluzzi, a analista de Meio Ambiente da Diretoria de Meio Ambiente e Sustentabilidade – CPFL Transmissão, Bruna Dias Panhan, o diretor geral da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Márcio Amaral, e o gerente técnico da Emater/RS-Ascar, Luis Bohn.

Foto: Emater/RS-Ascar

As ações do Projeto Aters na Restauração dos Campos Sulinos devem iniciar ainda neste ano em 19 municípios do Rio Grande do Sul, abrangendo os biomas Pampa e Mata Atlântica, com duração de 36 meses. Nessas áreas serão implantadas 27 Unidades de Referência (URs) em propriedades de pecuaristas familiares, abrangendo 600 hectares de campo nativo em restauração.

Nesses locais serão aplicados métodos de manejo pecuário e campestre, com ajuste de carga animal com réguas de pastagem, pastoreio rotativo com piqueteamento e distribuição de água, diferimento (descanso de áreas), sobressemeadura de forrageiras hibernais em áreas degradadas, introdução de sementes nativas, como pensacola e leivas de campo nativo, e controle seletivo do capim-annoni com roçada e método Mirapasto.

Também estão previstas ações complementares, como análise de solo, correção de acidez/fertilidade, sombreamento com nativas nos piquetes, manejo sanitário com homeopatia e sucessão familiar.

Entre os resultados esperados estão a recuperação desses 600 hectares de campos degradados, a melhoria da produção forrageira e do desempenho pecuário (ganho de peso e taxas de reprodução), o aumento da cobertura e da diversidade vegetal nativa e a redução de espécies invasoras, como o capim-annoni.

“Para atingir esses objetivos, serão realizadas capacitações de técnicos e produtores, através de um seminário estadual, dois dias de campo abrangendo os dois biomas presentes no território gaúcho e três reuniões técnicas para nivelamento e ajuste das práticas desenvolvidas para o fortalecimento da pecuária sustentável e da conservação do campo nativo, garantindo renda para as famílias rurais e contribuindo para as metas de restauração ecológica no RS”, avalia a extensionista e coordenadora do projeto, Thais Michel.

CAMPOS SULINOS


Os Campos Sulinos constituem a base ecológica, produtiva e cultural de extensas regiões do Rio Grande do Sul. Com vegetação campestre de alta diversidade, sustentam há séculos a pecuária de corte em pastagens nativas como uma atividade central para a economia, a identidade e a segurança alimentar do Estado.

“A Emater/RS-Ascar reconhece esse território como estratégico para o desenvolvimento rural sustentável e apresenta a linha de trabalho ‘Campos Sulinos: conservação, tradição e produtividade’. A proposta integra ações de assistência técnica, manejo conservacionista, recuperação de áreas degradadas e valorização da carne produzida em campo nativo”, destaca o diretor técnico da Instituição, Claudinei Baldissera.

Para ele, o pecuarista familiar é um público com saberes tradicionais e práticas de baixo impacto. “Eles mantêm a biodiversidade dos campos enquanto produzem alimentos saudáveis de alta qualidade”, ressalta o diretor, ao defender, através da pecuária bem manejada, a permanência das famílias rurais com renda, dignidade e respeito ao meio ambiente, “e a Emater/RS-Ascar reafirma seu compromisso com o Bioma Pampa e com os valores culturais associados à vida no campo”, diz.