Expointer 2025: Pavilhão da Agricultura Familiar une tradição e inovação
Na 48ª Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar mostra toda a diversidade dos produtos artesanais da agroindústria familiar do Rio Grande do Sul. São 456 empreendimentos, de 196 municípios gaúchos, consolidando o espaço como um dos mais procurados pelo público. A Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), apoia a participação das famílias agricultoras que transformam a produção do campo em alimentos de qualidade.
Além da variedade de produtos, o Pavilhão reserva espaços especiais que ampliam a experiência dos visitantes. Entre as atrações estão a área exclusiva de Turismo Rural, que valoriza vivências do campo e aproxima o público das tradições gaúchas, além da exposição fotográfica alusiva aos 70 anos da Ascar, que apresenta a trajetória da agroindústria dentro da Emater/RS-Ascar e sua atuação junto às famílias rurais.

Outra atividade que movimenta o espaço é o concurso que premia os melhores produtos em diversas categorias. Também ganha destaque a Cozinha Show da Emater/RS-Ascar, onde estão sendo preparadas 11 receitas elaboradas a partir de ingredientes comercializados no próprio pavilhão.
Mais do que um local de vendas, a agroindústria familiar na Expointer representa o desenvolvimento rural sustentável. Cada estande combina tradição e inovação, contribuindo para transformar realidades, gerar renda e fortalecer a identidade gaúcha. “A agricultura familiar e a agroindustrialização muitas vezes começam na cozinha das propriedades. As pessoas procuram esses produtos movidas pelas memórias afetivas que carregam”, explica a engenheira de alimentos e extensionista da Emater/RS-Ascar, Bruna Bresolin.
Reconhecido como vitrine para pequenos empreendedores rurais, o Pavilhão da Agricultura Familiar tornou-se uma das atrações mais visitadas da Expointer. No local, o público pode degustar e adquirir produtos, fortalecendo a renda das famílias de produtores e ampliando as oportunidades de permanência no campo. “Foi assim que esses produtos ganharam destaque e espaço no mercado. E, junto com a tradição, chegam também as inovações: novos sabores, diferentes combinações e produtos que se reinventam sem perder a essência”, acrescenta Bruna.
Entre os expositores, 355 são agroindústrias familiares, além de 70 estandes de artesanato – incluindo trabalhos indígenas e quilombolas – e 31 de flores, plantas e mudas, com forte presença de mulheres e jovens empreendedores. “O perfil dos expositores é um ponto de destaque: 68 empreendimentos são conduzidos por jovens de até 30 anos, 146 têm mulheres na gestão e 70 participam pela primeira vez da Expointer”, detalha a assessora da Emater/RS-Ascar, Fabiana Durgant.
Os visitantes também recebem orientações sobre o Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf), política pública que garante apoio para que agricultores familiares invistam na agroindústria como alternativa para ampliar a renda e melhorar a qualidade de vida de suas famílias.
Sonhos e coragem
O Pavilhão da Agricultura Familiar também preserva histórias. O queijo serrano, produzido nos Campos de Cima da Serra, retorna em 2025 após ser reconhecido como patrimônio imaterial do Rio Grande do Sul. Entre os lançamentos desta edição estão o queijo e o doce de leite de ovelha, queijo maturado com erva-mate, salame com pinhão, além de cachaças extra premium, hidromel, iogurte com doce de leite e rapadura com café.
Outro destaque é a Kolonischmack, conduzida por uma associação de mulheres de Sapiranga, que oferece pratos típicos da culinária alemã na praça de alimentação e valoriza a identidade cultural da região. “A Kolonischmack surgiu com a proposta de resgatar nossas raízes. Como já trazemos as receitas da tradição alemã, escolhemos um nome em alemão”, explica a coordenadora Leila Helena Kronbauer.
O grupo, formado exclusivamente por mulheres, decidiu escrever sua própria história com trabalho, união e coragem. “A associação nasceu de um sonho cheio de coragem. Tudo começou com um curso de panificação feito por três agricultoras que buscavam inovar a produção e montar a própria agroindústria. Em vez de seguir cada uma sozinha, elas uniram forças e foram convidando outras mulheres com as mesmas expectativas”, conta Leila.
Nesta segunda participação na Expointer, a associação de Sapiranga retorna mais confiante e preparada para apresentar receitas que resgatam memórias afetivas. “Estar na Expointer é sempre um sonho. Anos atrás falávamos sobre isso em entrevistas, e no ano passado participamos pela primeira vez. Foi um momento inesquecível. Agora voltamos com ainda mais preparo e confiança”, comemora a coordenadora.
A presença das agroindústrias na feira é fruto de um trabalho contínuo de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters), realizado pela Emater/RS-Ascar. A Instituição apoia os empreendimentos em todas as etapas – da legalização e adequação sanitária ao aprimoramento da produção, da gestão e da comercialização.