A Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) entregou uma lista das necessidades do setor agrícola em função da seca para o governo do estado nesta segunda-feira (13). Conforme a Defesa Civil, o número de cidades com situação de emergência decretada chegou a 32.
Outra grande preocupação é com os agricultores de subsistência, que perderam para a estiagem os alimentos que sustentam a família. Como a agricultora Lucilda Borges, que mora na zona rural de Venâncio Aires.
Sobre os pedidos da lista, a Famurs promete acompanhar de perto o encaminhamento junto ao Executivo.
"Importante disso tudo é conseguir renegociar as dívidas, é conseguir eventuais benefícios, conseguir fazer com que a Secretaria de Desenvolvimento Social e o Ministério da Cidadania se envolvam nisso, e que o Ministério da Agricultura consiga nos dar o retorno do que a gente espera", afirma a vice-presidente da Famurs, Fábia Richter.
O secretário-adjunto da Agricultura, Luis Fernando Rodrigues Junior, salienta que os pedidos devem ser enviados na terça-feira (14) a Brasília, que é quando o governador Eduardo Leite (PSDB) volta de viagem.
"Nós esperamos que essa efetivação das providências do ministério ocorram nessa próxima semana", afirma o secretário.
Quase três mil agricultores já fizeram pedidos de acesso ao seguro-agrícola, na tentativa de recuperar parte do que a estiagem está destruindo.
Em Boa Vista do Cadeado, no Noroeste do RS, a produção de leite na propriedade de Rafael Hermann caiu pela metade. "Tentar buscar comida de fora nos próximos dias, se não conseguir, a unica solução é vender os animais", afirma.
Em Passo Fundo, na Região Norte, Neivo Menegotto previa produzir 200 sacas de milho por hectare. Mas as poucas nuvens no céu não vão permitir colher mais do que 40 sacas por hectare.
"Não tem mais o que fazer agora. É só esperar para colher, ver o que vai acontecer", lamenta.