BOLO ENVENENADO
Farinha usada no bolo que matou três pessoas, estava contaminada com altas doses de veneno, diz polícia civil
A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira, em coletiva da Polícia Civil, um dia após a prisão de uma mulher apontada como suspeita do crime. Ela seria nora da mulher que fez o bolo.
A farinha do bolo que levou três pessoas à morte, em Torres, estava contaminada com altas doses de veneno. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira, em coletiva da Polícia Civil, um dia após a prisão de uma mulher apontada como suspeita do crime. Ela seria Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli dos Anjos, que fez a sobremesa.
De acordo com o resultado da perícia, a quantidade de arsênio na farinha era de 65 gramas por quilograma, cerca de 2,7 mil vezes maior do que a concentração da substância encontrada no bolo. O químico é a base do veneno arsênico.
Os exames também apontaram a presença da substância em dois sobreviventes e no corpo de uma das vítimas, em quantidades que superavam de 80 a 350 vezes a dose considerada letal. Isso exclui por completo as chances de intoxicação alimentar como causa das mortes.
A farinha foi encontrada em Arroio do Sal, durante buscas na casa da mulher que fez o doce. Os investigadores agora buscam determinar como e há quanto tempo o item estava ali.
O titular da DP de Torres, Marcos Vinicius Muniz Veloso, não deu detalhes, mas ressaltou que desavenças entre Zeli e a nora motivaram o crime. A briga entre elas teria ocorrido há mais de 20 anos, por causas banais.
"A família tinha uma convivência harmoniosa, mas havia divergências com uma única pessoa, e ela foi presa devido a provas juntadas ao inquérito. São provas robustas, que serão usadas para o indiciamento dela. Não vou entrar em detalhes agora, mas posso dizer que os motivos são desproporcionais para alguém cometer um crime desta natureza”, ponderou o titular da DP de Torres.
Detida por ordem de prisão temporária, a mulher considerada suspeita vai responder por triplo homicídio duplamente qualificado e uma tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela está recolhida no Presídio Estadual Feminino de Torres.
Relembre o fato:
O bolo foi consumido no dia 23 de dezembro em uma confraternização de família. Poucos minutos após a ingestão, seis pessoas começaram a passar mal. Os sintomas incluíam vômito, diarreia e dores no corpo. Elas buscaram atendimento hospitalar do município.
Três das seis pessoas morreram:
Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos; O marido dela, 60 anos, recebeu alta.
Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos;
Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos.
O marido de Maida, de 60 anos, recebeu alta.
Um menino de 10 anos, filho de Tatiana, permaneceu hospitalizado até o última sexta-feira, quando recebeu alta.
Zeli Terezinha Silva dos Anjos, 61 anos, que foi quem fez o bolo, permanece internada no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes. O quadro de saúde dela é considerado estável.