ECONOMIA
Fecomércio-RS divulga Pesquisa de Final de Ano
O fim de ano é a época mais importante para o varejo, e para entender como os consumidores vão se comportar, a Fecomércio-RS realizou a tradicional Pesquisa de Final de Ano, edição 2024, divulgada em 27 de novembro. Foram realizadas 385 entrevistas no período de 10 a 23 de outubro de 2024 nas principais cidades de cada Macrorregião do Estado: Santa Maria, Porto Alegre, Caxias do Sul, Ijuí e Pelotas. Para a realização da pesquisa, foram ouvidas 809 pessoas, dos quais 47,6% responderam que pretendiam comprar presentes para o Natal – formando a amostra da pesquisa. Outros 9,3% indicaram que não sabiam ou não haviam decidido, e outros 43,1% não pretendiam comprar presentes. “Depois de um ano cheio de desafios, nos aproximamos de um momento chave para o varejo gaúcho: as vendas de Final de Ano. Nossa expectativa, ainda que muitos recursos habituais dessa época já tenham sido antecipados, é de que as vendas superem as de 2023.” comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
O número médio de presentes adquiridos por pessoa deverá ser de 4,1 unidades. Na segmentação por gênero, nota-se que as mulheres devem adquirir, em média, 4,5 presentes, enquanto os homens pretendem comprar 3,7 itens. Já entre as classes de renda, enquanto as pessoas enquadradas na classe baixa devem comprar, em média, 3,5 presentes, os consumidores da classe alta pretendem comprar 4,8 presentes. Na classe média, o número médio de itens adquiridos deve ser de 3,9.
Gastos em Presentes
No que diz respeito às intenções de gastos com a compra de presentes, o valor médio por pessoa no Natal de 2024 no Rio Grande do Sul deverá ser de R$ 700,11. A Pesquisa mostra que os homens pretendem gastar mais (R$ 860,05) do que as mulheres (R$ 530,49). Desagregando as intenções de gastos por classes de renda, apesar da média dos gastos ser muito semelhante entre a classe média e a baixa, há grande diferença em relação ao gasto pretendido pela classe alta. Os indivíduos da classe baixa, classe média e classe alta deverão gastar, em média, R$ 564,15, R$ 566,85 e R$ 1.083,81, respectivamente.
Valor Médio dos Presentes
Considerando o volume total de gastos e de presentes a serem adquiridos no Estado, a Pesquisa estima que o valor médio por presente comprado neste Natal deverá ser de R$ 173,07. Entre os gêneros, com um número menor de presentes e um valor maior de gastos, os homens devem adquirir itens com valor médio de R$ 229,59, enquanto as mulheres devem gastar em cada presente, em média, R$ 121,60. Levando em consideração o valor médio dos presentes que devem ser adquiridos no Natal por classe de renda, os entrevistados da classe baixa pretendem adquirir presentes com valor médio de R$ 160,83 enquanto os da classe alta, de R$ 221,33. Por sua vez, o presente médio dos indivíduos da classe média deverá custar R$ 148,33.
Outro dado relevante levantado pela Pesquisa refere-se à comparação de gastos com o Natal passado que mostra que os indivíduos, na média, pretendem gastar uma quantia levemente menor com relação à realizada no ano anterior. Entre os entrevistados, 37,0% afirmaram que irão gastar menos ou muito menos do que no ano passado, enquanto 30,8% das pessoas pretendem gastar mais ou muito mais. Entre os entrevistados, 32,3% devem gastar o mesmo que no Natal de 2023.
Tipos de Presentes
Quando a pergunta é em relação ao tipo de presente que vai comprar, assim como em anos anteriores, a maior concentração de entrevistados encontra-se nos tradicionais itens de vestuário, brinquedos e calçados, que devem ser adquiridos por 59,5%, 36,8% e 23,0% das pessoas que pretendem comprar presentes nesse Natal, respectivamente. Também aparecem com participação relevante os acessórios, com 15,7% das indicações, e perfumes e cosméticos, com 12,3% das intenções de compra.
A pesquisa apurou também os aspectos que são considerados no momento de definir a compra. Entre os entrevistados, 63,4% apontaram o preço como fator determinante, sendo o mais citado em todas as classes de renda, mas com maior destaque entre os entrevistados da classe média e baixa, sendo citado por mais de 66,0% dos entrevistados de cada classe. Apareceram também como aspectos relevantes o atendimento (40,1%), a diversidade de produtos (24,2%) e as condições de pagamentos (17,7%).
Locais de Compra
No que diz respeito aos locais de compras, 77,4% das pessoas que pretendem comprar presentes nesse Natal deverão frequentar as lojas dos centros das cidades para tal. Essas lojas deverão receber o maior percentual de pessoas entre todas as classes de renda. O segundo local com maior número de citações foi a Internet/e-commerce/redes sociais com 18,7% das preferências e com maior predominância entre a classe alta (30,0%), enquanto apenas 7,6% dos entrevistados de classe baixa apontam para a busca por presentes nesse meio.
Em relação à forma de pagamento das compras de Natal, a forma mais indicada foi o pagamento em dinheiro (31,7%) – com diferenças muito evidentes entre as faixas de renda, sendo mais frequente entre os entrevistados da classe baixa. Em segundo lugar nas indicações aparece o PIX (21,6%). O Cartão de Crédito parcelado aparece como terceira forma mais citada (19,5%).
Antecipação das Compras
A Pesquisa deste ano mostra quais são as intenções de programação para a compra dos presentes do Natal de 2024. O prazo é uma condição fundamental para o planejamento de atendimento dos consumidores em um período em que tipicamente se verifica um aumento significativo da demanda. Os dados mostram que, em 2024, 60,3% deverão realizar suas compras com até uma semana de antecedência da data. As compras realizadas com antecedência de duas a três semanas será a opção de 19,7% dos entrevistados, enquanto 19,5% realizarão com uma antecipação ainda maior.
Nesta edição, a pesquisa também questionou sobre o tipo de estratégia adotada para a compra de presentes, apresentando três alternativas. Entre os entrevistados, 50,1% indicaram haver uma determinação e organização prévia sobre os presentes que serão comprados antes de ir às compras, enquanto para 33,8% indicaram que a decisão ocorre na hora da compra dos presentes; para 16,1% a estratégia é mista (parte organizada previamente e parte decidida no momento da compra).
13º salário
A pesquisa constatou que, dos entrevistados, 52,7% recebem 13° salário, enquanto 47,3% não apresentam esse tipo de majoração de rendimentos no final do ano. Dentre aqueles que recebem, 26,6% já haviam recebido parcela dessa remuneração até a data de realização da pesquisa, enquanto 64,0% ainda não haviam recebido nenhuma parte; 9,4% haviam recebido a totalidade. Quando perguntados sobre o destino que seria dado ao 13° Salário, as respostas mais frequentes entre os entrevistados foram pagar as contas do mês (68,4%) e poupar (62,6%). Em terceiro lugar aparece fazer compras para si/para casa (32,1%), com uma frequência de indicações próxima a comprar presentes (31,6%) e viajar (30,0%). Pagar impostos foi o sexto mais citado (24,7%). São consideradas apenas as pessoas que souberam indicar, no mínimo, uma destinação. Em 2024, dos 192 entrevistados que ainda tinham recursos do 13º salário para serem gastos/poupados, 2 não souberam indicar prioridade de uso.
Black Friday
Uma data que se consolidou no cenário de consumo brasileiro é a Black Friday. Praticada por grande parcela do comércio no final do mês de novembro, apesar de tipicamente ser destinada para compras para uso próprio, a proximidade com o Natal também acaba por atrair parte do consumo que antes concentrava-se no mês de dezembro. Diante disso, na pesquisa da Fecomércio-RS de Final de Ano 2024 são feitos questionamentos sobre a Black Friday entre os que pretendem dar presentes no fim do ano.
Mesmo não sendo uma pesquisa específica sobre a data, o levantamento identifica não apenas a presença da Black Friday na rotina de compras de parcela relevante dos gaúchos – 45,2% dos 385 entrevistados na pesquisa de Fim de Ano afirmam que vão fazer compras na data –, mas também a intersecção da Black Friday com o Natal. E essa intersecção se dá tanto pela possível redistribuição de gastos entre as datas, com 39,1% dos que comprarão na Black Friday afirmando que quanto maior gasto em novembro, menor o gasto no Natal, quanto pelo aproveitamento da data para comprar os presentes do Natal (ou algum dos presentes), conforme afirmaram 48,9% dos que comprarão na Black – o que corresponde a mais de um quinto (22,1%) de todos entrevistados da pesquisa.
Também foi questionado sobre o fato das enchentes terem ou não impactado nas intenções de consumo em decorrência das enchentes. Entre os que disseram que não iriam realizar compras na Black Friday, 7,1% apontaram que a decisão de não comprar foi influenciada pelas enchentes. Já entre os que irão comprar, 13,2% disseram que as enchentes tiveram influência aumentando o gasto e 10,9% disseram que a influência das enchentes foi de reduzir o gasto.