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Federação dos Caminhoneiros do RS é contra a greve prevista para esta segunda
André Costa disse que os órgãos de segurança pública têm o dever de proteger os direitos de quem deseja trabalhar.
Os caminhoneiros poderão paralisar suas atividades a partir do dia 1º de fevereiro. O motivo da greve seria o descaso do governo federal em relação às reivindicações da categoria. A informação é do Conselho Nacional do Transporte de Cargas (CNTC) e da Associação dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava). No entanto, o presidente da Federação dos Caminhoneiros do Rio Grande do Sul (Fecam/RS), André Costa, afirmou que o momento não é oportuno para uma paralisação dos trabalhadores.
"A sociedade brasileira vive um momento difícil em função da pandemia", ressaltou. Costa disse que os órgãos de segurança pública têm o dever de proteger os direitos de quem deseja trabalhar. "Quem quiser parar, que pare. Mas fique em casa. Não vá para as rodovias ou postos de combustível promover piquetes", ressaltou. Conforme Costa, o momento é de extrema dificuldade os caminhoneiros não querem piorar ainda mais a situação.
Em nota conjunta, a Confederação Nacional dos Caminhoneiros e Transportadores Autônomos de Bens e Cargas (Conftac), a Fecam/RS, a Federação de São Paulo (Fecam/SP) e a Federação de Minas Gerais (Fetac/MG) afirmaram que são contra o movimento de paralisação. A federação do Rio Grande do Sul é composta por nove sindicatos filiados que congregam 93 mil caminhoneiros registrados no Estado.
Entidades nacionais não tem Covid-19 como obstáculo
Para o presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, a greve do dia 1º fevereiro poderá ser maior do que a realizada em 2018. Isso, segundo ele, se deve ao grau crescente de insatisfação da categoria, principalmente em relação ao preço do diesel e às promessas não cumpridas após a histórica greve no governo do ex-presidente da República, Michel Temer. A ANTB representa cerca de 4,5 mil caminhoneiros, e não vê problema de realizar uma greve em plena pandemia da Covid-19.
“A pandemia nunca foi problema. A categoria trabalhou para cima e para baixo durante a pandemia. Muitos caminhoneiros ficaram com fome na estrada com os restaurantes fechados, mas nunca pararam”, acrescentou. Segundo Stringasci, a alta do preço do diesel é o principal motivador da greve, mas conquistas obtidas na paralisação de 2018, que chegou a prejudicar o abastecimento em diversas cidades, também estão na lista de dez itens que estão sendo reivindicados ao governo federal para evitar a greve.
"O diesel é o principal ponto, porque o sócio majoritário do transporte rodoviário é o combustível - 50% a 60% do valor da viagem. Queremos uma mudança na política de preço dos combustíveis", ressaltou.
Bolsonaro apela contra paralisação
Diante da ameaça de greve, o presidente da República, Jair Bolsonaro fez um apelo aos caminhoneiros no sábado para que a categoria não entre em greve na segunda-feira. Segundo Bolsonaro, todo mundo perde se isso acontecer. "Fiz um apelo aos caminhoneiros. Sabemos dos problemas deles. Se tivesse condições, zeraria PIS/Cofins e o óleo diesel, que está em R$ 0,33, mas vamos tentar zerar pelo menos, mas não é fácil", destacou.
O presidente falou que "foi em cima da Petrobras". Ele afirmou que ouviu do presidente da empresa, Roberto Castello Branco, que a cotação acompanha o valor internacional e que a gasolina interna é a mais barata dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). "Não interferimos na política de preços", disse o presidente da República, ao acrescentar que, em seguida, pediu a redução de PIS/Cofins à Receita, mas que entendeu que não tem como.
"É vestir um santo e cobrir outro. Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve porque todos nós vamos perder, todos, sem exceção", ressaltou.