FIERGS alerta: 85% das exportações gaúchas aos EUA serão taxadas; perdas podem chegar a R$ 1,5 bilhão no PIB

Apenas 14,9% das exportações do RS ficarão isentas da tarifa de 50%, contra 44,6% da média nacional

Por Redação/Ascom Fiergs Foto: Divulgação Portos/RS Publicado em 31/07/2025 15:33 - Atualizado em 31/07/2025 15:39

Estudo preliminar do Sistema FIERGS revela que 85% dos produtos da indústria gaúcha exportados aos Estados Unidos estarão sujeitos à tarifa de 50% a partir de 6 de agosto. A medida, imposta pelo governo norte-americano, atinge de forma desproporcional o Rio Grande do Sul, onde apenas 14,9% dos itens foram isentos, enquanto a média nacional de isenções é de 44,6%.

Como consequência, a federação estima que o PIB do Estado pode encolher R$ 1,5 bilhão em 2025, uma ligeira melhora frente à projeção inicial de R$ 1,9 bilhão. “Essa decisão coloca a indústria gaúcha entre as mais impactadas do país”, afirma o presidente da FIERGS, Claudio Bier.

Para enfrentar a situação, a entidade criou um comitê de crise, com participação de diretores, coordenadores de conselhos temáticos e sindicatos industriais. A primeira reunião do grupo ocorre nesta sexta-feira (1º). Bier defende uma resposta estratégica por parte do Brasil, sem recorrer a retaliações que poderiam prejudicar setores internos, como a importação de óleo diesel, com impactos sobre os preços e a inflação.

O estudo também aponta que mais de 140 mil trabalhadores atuam em setores expostos às novas tarifas, com risco direto a 20 mil postos de trabalho no Estado. Alguns itens de celulose e papel permanecerão sem alteração tarifária, mas setores como madeira e derivados ainda estão sob investigação pela seção 232 do governo dos EUA, e podem sofrer sobretaxação no futuro.

Diante do cenário, Bier cobra medidas compensatórias urgentes, como incentivos tributários, linhas de crédito e flexibilizações trabalhistas, além de mais tempo para adaptação das empresas. A FIERGS também negocia com o governo estadual a liberação emergencial de créditos de ICMS, a fim de reforçar o caixa das empresas prejudicadas. “Precisamos dar fôlego para que os setores encontrem novos mercados. Isso leva tempo, mas é essencial para preservar empregos e manter a atividade econômica”, conclui.