Economia
Geração própria de energia pode crescer “dez anos em um” com contagem regressiva de isenção
Semana da Energia Solar em Erechim tem financiamento bancário do sistema em até 94 mês
O ano de 2022 deve ser marcado por uma corrida para tirar do papel projetos de geração própria de energia no país. A expectativa surge na esteira de uma contagem regressiva iniciada a partir da sanção do marco da geração distribuída, no mês de janeiro. A partir daquele momento, os interessados têm 12 meses para se enquadrar no regramento atual, com a extensão de isenções e incentivos para a geração distribuída – que é a geração própria de energia e que, no Brasil, é predominantemente solar – até 2045.
Encerrado esse prazo de 12 meses, os novos projetos passarão a se adequar num cronograma de escalonamento de tarifação.
Uma empresa do setor em Erechim abriu nesta segunda-feira(28) a 1ª Semana da Energia Solar, para comercializar os sistemas instalados, em parceria com o Banrisul, em até 94 meses. O sistema completo, com projeto elaborado dentro do sistema nacional, se paga em quatro anos.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Guilherme Crispin, os primeiros meses do ano foram “mornos”, mas dentro do histórico do setor, com demanda que começa a esquentar com a aproximação do segundo trimestre. A avaliação do executivo é de que, ao ganhar tração, o segmento deve ter seu melhor ano desde a chegada da solar no Brasil.
Se as expectativas da ABGD se concretizarem, a geração distribuída vai quase que dobrar de tamanho, impulsionada pelo interesse do consumidor em escapar das taxações que vão chegar com o ano de 2023.
“A gente vai ter uma aceleração muito forte de projetos. Ano passado foi um ano de 4 gigawatts [acrescidos à potência instalada durante o período]. Acredito que a gente alcance 8 GW de potência [acrescida] em 2022. O que nós estamos dizendo é que muito provavelmente, neste ano em que se completam dez anos de Resolução 482, a gente vai fazer quase em um ano o que fizemos nos últimos dez”, compara, fazendo referência à norma que em 2012 estabeleceu as condições regulatórias para a inserção da geração distribuída na matriz energética brasileira.
O Brasil fechou 2021 com um total de 8 GW de potência instalada em geração distribuída e saltará para 16 GW se as projeções de confirmarem. O acréscimo de potência esperado significa algo em torno de R$ 40 bilhões em investimentos.
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