Rio Grande do Sul
Governo destaca melhora nos índices de Covid-19 no RS, mas reforça pedido de cuidados de prevenção
Apesar das quedas no número de pacientes em leitos clínicos e de UTI , patamar ainda segue elevado
O governador Eduardo Leite destacou nesta quinta-feira a melhora nos números do Rio Grande do Sul em relação à Covid-19, indo contra a tendência nacional de aumento de casos que levaram, por exemplo, à saturação nos sistemas de saúde no Amazonas e em Rondônia. Nesta manhã, a ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva é de 75,2%, enquanto nos leitos fora de UTI é apenas 22%. "Estamos observando a redução de internações. Mas é importante ser compartilhado que ainda há um número maior do que tínhamos em outubro e estamos no mesmo patamar do que tínhamos no inverno do ano passado", afirmou o chefe do Executivo, que considerou necessária uma atuação permanente.
Apresentando gráficos sobre a pandemia, Leite mostrou que, no início de dezembro, havia cerca de 3 mil pessoas internadas, hoje, são quase de 900 a menos. Em momento crítico, por exemplo, o Estado teve menos de 400 leitos de UTI disponível para a população. "É importante que continuemos nessa trajetória de redução de casos que só vai ser alcançada com a participação de todos", comentou. Para o tucano, as medidas restritivas anunciadas nas primeiras semanas do mês passado foram fundamentais para a diminuição. "Foram duras e contestadas, mas surtiram efeito", avaliou.
No cenário de internações, após queda desde a metade de dezembro, ocorreu um leve aumento em 2 de janeiro, com uma estabilização em menos de uma semana. "Não dá para fazer afirmações peremptórias, mas certamente há o efeito de grandes reuniões nas festas de final de ano", comentou, pedindo que a população "continue se ajudando". "Há uma série de cuidados que precisam ser tomados. Precisamos garantir com a população o melhor antídoto", avaliou Leite.
"Vivemos um dezembro assustador, e as medidas nos ajudaram, com a colaboração da população. A partir de janeiro, fomos observando a queda, mas ainda com números muito elevados. Estamos em uma situação em equilíbrio, mas a preocupação é permanente. Estamos sim em risco alto, então todo cuidado é pouco", afirmou a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann.
Na sexta, o governador se encontra com lideranças religiosas e presidentes de federações para conversas sobre a importância de evitar aglomerações no feriado de 2º de fevereiro. "Respeitamos as manifestações individualmente, mas se gerarem aglomerações, elas passam a se tronar um problema sanitário. Por isso o Estado precisa agir", afirmou, reforçando que se evitem festas também no Carnaval. Leite ainda afirmou que espera do Ministério da Saúde a habilitação de novos leitos. Desde o início da pandemia, o RS abriu 1.045 novos leitos de UTI – eram 935 e, atualmente, 2.018.
Acolhimento a pacientes de Rondônia
Foi o cenário de melhora nos números em território que levou as autoridades estaduais a propor o recebimento de pacientes de outros locais. O Estado recebeu nesta semana nove pacientes com idades entre 49 e 71 anos, vindo de Rondônia. "Vivemos num país que é uma federação. Com razão, racionalidade, coração e solidariedade, se impõe um dever de atendermos regiões que não conseguem enfrentar esse momento adverso", comentou o governador.
Na madrugada desta sexta, mais 15 pessoas chegam para atendimento em leitos clínicos – são cerca de 5 mil livres nesta modalidade. "Somos todos brasileiros. Como temos 22% de ocupação dos leitos clínicos, foi possível organizar essa missão de recebimento, obviamente com todos os cuidados. Tratamos com gestores de cidades, hospitais. Nos surpreendeu a solidariedade de outras cidades da região metropolitana por colocarem leitos à disposição", explicou a secretária de saúde.
Os profissionais que estão ajudando nesses hospitais serão monitorados com testes RT-CPR para verificar qualquer possiblidade de transmissão e o monitoramento genético nos casos confirmados. Esse será realizado pelo Hospital de Clínicas em colaboração com os hospitais que estão recebendo as pessoas. "Se for uma variante nova, vamos comunicar não só ao Estado de origem como também tomar todos os cuidados para ele não circule por aqui. Mas não temos como ter segurança de que não haverá entrada", avaliou Arita.
Ela afirmou que o momento a lembra de fevereiro de 2020, quanto tivemos a notícia de que o vírus estava circulando pelo mundo. "Foi quase inevitável que ele chegasse aqui, porque alguém viajou. Não temos como evitar que os gaúchos viajem e venha com o vírus. Então, pedimos para todas as pessoas que estão indo para fora que se protejam para evitar a contaminação", comentou.