TENSÃO PÓS ELEIÇÃO
Governo Maduro e oposição na Venezuela convocam atos para este sábado (3) no país
Mais de mil pessoas já foram presas em protestos no país, segundo procurador-geral venezuelano
O governo de Nicolás Maduro e a oposição da Venezuela convocaram atos em todo o país para este sábado (3). Depois de uma semana de tensão sobre os resultados da eleição presidencial no país, em que a autoridade eleitoral proclamou Maduro vencedor e a oposição afirma ter provas da vitória de Edmundo González, a polarização política tem se expressado nas ruas de várias cidades com registros de episódios de violência e mortes.
A Human Rights Watch, organização internacional não governamental que defende e realiza pesquisas sobre os direitos humanos, disse na quarta-feira (31) que tem “relatórios legítimos” de que houve 20 mortes, enquanto o Foro Penal tem um registo até o dia 1º de agosto 11 mortes e 711 detenções.
Maduro apelou à “mobilização permanente” ao longo da semana. Na quarta-feira, o presidente reeleito disse, no Palácio Miraflores, diante de seus apoiadores: “No sábado, convido vocês à mãe de todas as marchas para celebrar a vitória da paz em Caracas”.
Na quinta-feira (1º), a líder da oposição, María Corina Machado, convocou uma manifestação para este sábado com o intuito de defender os resultados das eleições de 28 de julho. A convocação foi feita através de um vídeo, após divulgar a informação de que decidiu se esconder por temer pela sua vida.
“Vocês venceram, todos nós vencemos, a Venezuela venceu e agora vamos cobrar. Por isso devemos continuar firmes, organizados e mobilizados, com o orgulho de ter conseguido uma vitória histórica no dia 28 de julho e a consciência de que para cobrar devemos também ir até o fim”, disse Machado em vídeo postado em suas redes sociais.
A concentração será neste sábado “em todas as cidades da Venezuela”, segundo Machado. “Vamos prestar homenagem a todos os heróis que afirmaram e defenderam a vontade do povo venezuelano no dia 28 de julho”, acrescentou.
A mobilização está marcada para acontecer às 10h, horário local, na Avenida Las Mercedes, em Caracas. Também na quinta-feira, Diosdado Cabello, deputado da Assembleia Nacional da Venezuela, após o anúncio de Machado, foi às suas redes reforçar o apelo ao chavismo. “[…] ‘la sayona’, de seu esconderijo, clama pela violência, devemos garantir a paz em todas as cidades da Venezuela, no sábado estaremos nas ruas como sempre. Venceremos!”, escreveu Cabello no X.