Cidade
Hospinorte promove treinamento sobre cuidados paliativos
Objetivo é promover qualidade de vida para aqueles pacientes com doenças graves, ameaçadoras da vida.
Preparar cada vez mais os profissionais para lidar com pacientes que se inserem no perfil de cuidados paliativos, diminuindo seu sofrimento e também dos familiares. Este foi o objetivo do treinamento promovido pela Associação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Norte do Estado do Rio Grande do Sul (Hospinorte), na manhã desta quinta-feira, 23, para as equipes de saúde dos hospitais associados. Palestra com o tema “Cuidados Paliativos” foi ministrada pela enfermeira Josilei Colossi, do Hospital de Caridade de Erechim. A capacitação foi realizada no Auditório do Centro Clínico HC e teve como público-alvo enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, assim com áreas afins.
Segundo a palestrante, os cuidados paliativos consistem em uma forma de assistência na área da saúde que se diferencia da medicina curativa. “Enquanto a medicina curativa tem como objetivo a resolutividade de determinada doença, o cuidado paliativo se resume à prevenção e controle de sintomas para todos os pacientes e suas respectivas famílias, que enfrentam alguma doença grave incurável, que ameaça a continuidade da vida”, explica a enfermeira.
Conforme falou, acredita-se que os cuidados paliativos são uma questão de direitos humanos, quando asseguram de maneira ampla e otimista que o sofrimento pode e deve ser aliviado mesmo diante de sobrecarga provocada pela doença. Essa assertiva deriva de um direito ético que envolve componentes como cuidados, compaixão, empatia, justiça, espiritualidade e aceitação da morte como parte de um ciclo de vida. O tratamento deve acontecer na dimensão física, psicossocial e espiritual.
Na dimensão emocional é preciso ajudar e dar suporte em relação ao medo, a angústia, o arrependimento, o sentimento de culpa e outros. Na dimensão familiar, temos uma família que sofre junto com o paciente, principalmente quando se trata de pacientes pediátricos e que também precisam deste suporte.
COMUNICAÇÃO
Para a palestrante, todo comportamento humano possui um valor comunicativo, ou seja, não existe “não comunicação”, porque não existe um “não comportamento”. “A comunicação é um processo dinâmico e inevitável”, explicou.
Ela explanou que pode-se definir a competência em comunicação, com a soma de três aspectos chaves: conhecimento, habilidade e atitude. “Por isso consideramos a comunicação não somente uma competência e sim uma metacompetência, uma soma de aspectos voltados para ir além, e ir além exige conviver com aspectos não agradáveis somente pelo receptor, mas, principalmente, do emissor – nós profissionais da saúde”, argumentou.
De acordo com a enfermeira, a boa comunicação começa quando somos capazes de perceber a responsabilidade pela transmissão da informação e do acolhimento, no caso dos cuidados paliativos “Quando conseguimos entender começamos a evoluir”, sentenciou.
ALÉM DA MEDICAÇÃO
Para ela, os cuidados paliativos vão além da medicação e a empatia é um forte aliado. Segundo Josilei, empatia é uma palavra de muitas interpretações e possui um debate intenso que muitas vezes não leva em conta a natureza da definição, esta conhecida também uma atitude (colocar-se no lugar do outro). “Não podemos afirmar que uma pessoa não tem empatia, pois todos temos, mas sim, ela pode ter uma variação de nível de percepção ou de ações que gera aquilo que percebe no outro. Portanto posso querer melhorar meu nível de percepção do sentimento alheio ou melhorar a forma de agir com o próximo. Se quero que isso aconteça preciso trabalhar minhas atitudes. Nem sempre será confortável sentir em maior intensidade a dor do outro, mas acreditamos que o desenvolvimento da empatia seja o cominho para evolução da forma de cuidar”, assegurou Josilei.
E a equipe de cuidados paliativos?
Eu cuido de pessoas que morrem. “A vida é breve e precisa de valor, sentido e significado. E a morte é um excelente motivo par buscar um novo olhar para a vida.