Segurança

IGP prossegue com perícia na área onde detonação de explosivos deixou três mortos em Guaporé

Objetivo é apurar as causas do acidente ocorrido na tarde de quinta-feira no interior do município

Por Correio do Povo Publicado em 09/07/2021 15:56 - Atualizado em 03/06/2024 10:01

O Instituto-Geral de Perícias prossegue nesta sexta-feira com as análises para apurar o acidente ocorrido durante a detonação de explosivos que provocou a morte de dois militares e um funcionário de uma empresa de britagem, em Guaporé, na Serra. O trabalho é realizado por dois peritos da 2ª Coordenadoria Regional de Perícias do IGP. “O objetivo da perícia é identificar os explosivos que causaram o acidente e determinar o raio de projeção dos estilhaços”, informou a instituição em nota oficial.

Dois peritos trabalham no local nesta sexta-feira | Foto: IGP / Divulgação / CP

O trabalho começou depois do acidente ocorrido na tarde de quinta-feira em uma área de pedreira na localidade de Linha Três de Maio, no interior de Guaporé, prosseguindo inclusive durante a noite. Houve a destruição dos explosivos que restaram como medida de segurança.

Já os corpos das três vítimas foram levados para a necropsia no Posto Médico-Legal do IGP em Passo Fundo. Elas foram identificadas como o primeiro sargento Roberto Czremeta, o terceiro sargento Diego Piedade de Souza e o funcionário da empresa Irineu Ghiggi. Outros cinco militares ficaram feridos na explosão.

Foto: IGP / Divulgação / CP

A empresa de britagem não era alvo da operação realizada na manhã de quinta-feira em Guaporé pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, através da Delegacia do Meio Ambiente. A ação teve o apoio do Exército Brasileiro, que requisitou depois a área da pedreira para detonação efetuada sob responsabilidade militar do material recolhido.

Na operação policial foram apreendidos 531 quilos de emulsão encartuchada, 200 quilos de emulsão encartuchada, 338 metros de cordel detonante, 305 espoletas, 11 unidades de conjunto estopim e espoleta, 187 metros de estopim, 336 metros de acionador pirotécnico conhecido como brinel e 40 unidades de retardo. Nove mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos na ação em Guaporé, que teve ainda dois presos.

Em nota oficial, o Comando Militar do Sul esclareceu que os militares integravam uma equipe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 3ª Região Militar, que atuava em apoio à Polícia Civil. “Um Inquérito Policial Militar foi instaurado visando esclarecer o ocorrido”, comunicou o CMS em nota oficial, prestando as condolências e lamentando o acidente.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul (CREA-RS) emitiu também nota oficial sobre o caso. A entidade informou que, “tão logo recebeu a informação da ocorrência do acidente durante a destruição de explosivos e acessórios apreendidos”, começou a apuração da situação da empresa onde foi feita a apreensão. “Constatou-se que a situação é regular, estando esta registrada no Conselho e tendo profissional Engenheiro de Minas devidamente registrado como responsável técnico”, observou.

A fiscalização do Conselho gaúcho tem participado das operações de fiscalização interagências, organizadas pelo Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC). Elas consistem na inspeção, de maneira inopinada, das pessoas jurídicas que fazem uso desse tipo de material no Rio Grande do Sul, além do Conselho, participam ainda, CRQ, FEPAM, Órgãos de Segurança e Ordem Pública (OSOP) e agências governamentais, em destaque a Brigada Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros”, acrescentou.

“O CREA-RS se solidariza com as famílias das vítimas deste trágico acidente e informa que prosseguirá averiguando o ocorrido buscando identificar eventuais irregularidades”, concluiu na nota oficial.

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