Agro
Insuficiência de chuvas pode comprometer produtividade da soja
De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (23/03), no aspecto visual houve um rápido aumento na coloração amarelada das lavouras, indicando os estágios finais de ciclo.
Mais uma vez houve insuficiência de chuvas na maior parte do Estado, entre 13 e 19/03, o que, nesta reta final de produção, pode comprometer o enchimento de grãos e consequentemente a produtividade. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (23/03), no aspecto visual houve um rápido aumento na coloração amarelada das lavouras, indicando os estágios finais de ciclo.
Entretanto, a maturação das lavouras apresenta-se de maneira desuniforme, sendo observadas, em uma mesma planta, vagens secas, prestes a abrir e a perder os grãos por debulha natural, bem como vagens completamente verdes com grãos ainda em pleno crescimento. Em parte das lavouras em maturação é observada a retenção foliar, com elevado número de folhas secas aderidas a planta, dando aspecto de maturação forçada devido à baixa umidade nos solos.
A colheita teve prosseguimento e alcançou 4% da área cultivada. No entanto, a maior parte da cultura encontra-se em enchimento de grãos (52%) e em maturação 30%. Outros 12% estão em fase de floração. As lavouras colhidas ainda apresentam resultados entre 300 e 3.000 kg/ha, mantendo a grande amplitude da safra.
A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A produtividade está estimada em 2.175 kg/ha, representando um decréscimo de 30,52% na estimativa inicial.
MILHO
Houve prosseguimento na colheita, mas em ritmo mais lento no período, pois a atenção dos produtores e parte da logística estavam envolvidas com a mesma operação na cultura de soja. O índice alcançou 74%, e estão em maturação 10% dos cultivos. Outros 8% estão em enchimento de grãos; 5% em floração e somente 3% ainda em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Os resultados permaneceram variáveis, conforme a irregularidade na distribuição de chuvas durante os meses de verão, mas, de forma geral, são satisfatórios apenas no Quadrante Nordeste do Estado.
A área cultivada de milho no Estado é de 810.380 hectares. A produtividade está estimada em 4.440 kg/ha, representando redução de 39,49% em relação à projeção inicial.
ARROZ
A colheita avançou 15% no período, alcançando 34% da área cultivada. A celeridade no avanço foi proporcionada pelo período seco ou com chuvas pontuais e breves em algumas regiões. As lavouras em maturação representam 50%, 14% em enchimento de grãos e em florescimento 2%.
De modo geral, em relação à média das últimas cinco safras, há um pequeno atraso nas fases, que pode ser decorrente de alguns atrasos na implantação e da ocorrência de frio no início do desenvolvimento vegetativo.
As produtividades são satisfatórias, com exceção das lavouras em que a irrigação foi insuficiente ao longo do ciclo de cultivo. A área cultivada é de estimada em 889.549 hectares. A produtividade estimada é de 7.744 kg/ha, representando uma redução de 5,86% na projeção inicial.
FEIJÃO
A área cultivada em 1ª safra é de 31.449 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.576 kg/ha, o que representa um decréscimo de 7,36% em relação à estimativa inicial.
A área destinada ao cultivo é de 20.127 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.376 kg/ha.
OLERÍCOLAS
Na região de Soledade, após ocorrência de chuvas irregulares, observa-se a retomada da produção de algumas culturas mais rústicas que permaneceram vegetando, apesar das condições climáticas muito desfavoráveis. Os produtores relatam a colheita de vagem e tomate cereja, que, embora em pouca quantidade, proporcionam aumento da variedade da alimentação das famílias.
Nas culturas mais tenras e com maior exigência de água, como alfaces e rúculas, os produtores esperam a diminuição da temperatura do ambiente e a maior umidade do solo para iniciar o cultivo. Os olericultores iniciam o preparo das áreas destinadas ao plantio por meio da adubação orgânica, da escarificação ou revolvimento manual e construção de canteiros.
Por causa das altas temperaturas e da falta de umidade, ainda não é possível fazer a semeadura ou o transplante de mudas, principalmente para aqueles que não têm água para irrigar.
FRUTÍCOLAS
Na região de Ijuí, a colheita de nozes foi iniciada, embora a área de cultivo seja pouco representativa. Os produtores realizam a comercialização diretamente nas padarias e confeitarias.
Com relação à cultura do morangueiro, segue a poda e limpeza das plantações de segundo ano e nas de primeiro ano apresentam bom pegamento com mudas provenientes da Espanha, já emitindo folhas novas. A cultura do pessegueiro apresenta queda acentuada de folhas devido à estiagem.
PREVISÃO DO TEMPO
A próxima semana será úmida, e ocorrerão chuvas significativas no RS. Nesta quinta-feira (23/03), a aproximação de uma área de baixa pressão vai provocar chuva na maioria das regiões, com possibilidade de temporais isolados. Na sexta (24/03), a presença de uma massa de ar quente e úmido manterá a temperatura elevada, com grande variação de nuvens e possibilidade de pancadas isoladas de chuva, especialmente no Oeste e Noroeste.
No sábado (25/03), o deslocamento de uma frente fria provocará chuva em todo o Estado, com possibilidade de novos temporais. No domingo (26/03), o ingresso de ar seco afastará a nebulosidade da maioria das regiões, mas ainda ocorrerão chuvas isoladas na Metade Norte. Na segunda (27/03), a presença de uma massa de ar seco manterá o tempo firme e as temperaturas amenas em todo o Estado. Na terça (28/03) e quarta-feira (29/03), o ingresso de ar úmido provocará maior variação de nuvens, com períodos de céu encoberto e possibilidade de chuvas isoladas em todas as regiões.
Os totais esperados deverão oscilar entre 20 e 40mm na maioria dos municípios do RS. Na Fronteira Oeste, Planalto, Vales do Taquari e Rio Pardo, Região Metropolitana, Serra do Nordeste e Litoral Norte, os volumes simulados são mais elevados e deverão oscilar entre 45 e 65mm.