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Já são 87 as mortes em razão das chuvas em Pernambuco
Recife e outros 13 municípios entraram em situação de emergência; total de desaparecidos é incerto.
Chegam ao terceiro dia, nesta segunda-feira (30), as buscas por pessoas desaparecidas após o deslizamento de barragens por causa das fortes chuvas no Grande Recife. O principal ponto em que as buscas ocorrem é Jardim Monte Verde, região limítrofe entre a capital e Jaboatão dos Guararapes, onde mais três corpos foram achados, totalizando ao menos 87 mortos em todo o estado, desde a quarta-feira (23).
Somente em Jardim Monte Verde, mais de 20 pessoas morreram soterradas e tiveram os corpos resgatados da lama. Entretanto, segundo o Corpo de Bombeiros, ainda há vítimas desaparecidas entre os escombros.
O número de pessoas desaparecidas não foi atualizado pelo governo do estado, desde a tarde do domingo (29). Nesta segunda, mais um corpo foi encontrado. Não há, no entanto, informações sobre a identificação da vítima.
O Instituto de Medicina Legal (IML) chegou ao local para levar os corpos. No domingo (29), a sede do órgão ficou cheia de parentes de vítimas tentando liberar os corpos dos familiares para poder velar e enterrar as vítimas.
Uma das vítimas foi encontrada na região conhecida como Capelinha, local mais crítico. Outras duas foram achadas noutro ponto do bairro. Esses últimos corpos foram indicados pelo cão farejador Fênix, um labrador do Corpo de Bombeiros.
"Achamos uma vítima e tem a possibilidade de ter mais três vítimas ou seis soterradas. As informações divergem. Em outro ponto foram encontradas duas vítimas que faltavam e provavelmente lá vai encerrar as operações", afirmou o major João Paulo Ferreira da Costa, que comandou as buscas nas últimas 24 horas.
As buscas são feitas por moradores, pelo Exército e pelos bombeiros de Pernambuco e de outros estados, que enviaram efetivo para ajudar o estado em meio ao desastre.
De acordo com o superintendente da Defesa Civil de Jaboatão, Arthur Paiva, embora a chuva não esteja tão intensa quanto nos dias anteriores, ainda há riscos de desastres na região.
[O risco] é bastante alto. Essa área aqui, realmente, toda ela está totalmente afetada, a encosta está muito encharcada, as chuvas não pararam e há possibilidade de novos deslizamentos. Por isso, nós interditamos todas as casas de cima [da barreira]", explicou.