Erechim

Lar da Criança Edir Bisognin Goelzer: referência regional no acolhimento institucional de crianças e adolescentes

Com 43 acolhidos atualmente, entidade presta assistência integral a menores em situação de vulnerabilidade e homenageia sua fundadora, falecida aos 90 anos.

Por Redação/Comunicação PME Publicado em 30/07/2025 16:11 - Atualizado em 30/07/2025 16:14

Com 43 crianças acolhidas atualmente, a Associação Beneficente Lar da Criança Edir Bisognin Goelzer é referência regional no acolhimento institucional de crianças e adolescentes. A instituição, oficialmente renomeada em dezembro de 2021 por decisão em assembleia, carrega no nome a memória de sua fundadora, Edir Bisognin Goelzer, que dedicou-se de forma voluntária por 33 anos à missão de proteger e amparar menores em situação de risco. Dona Edir faleceu na última terça-feira (29), aos 90 anos, deixando um legado de amor, esperança e cuidado.

Embora atenda prioritariamente o município de Erechim (RS), o Lar acolhe também crianças e adolescentes da comarca local e da comarca de Getúlio Vargas. Segundo a coordenadora Adriana Regina Secchi, a admissão de novos acolhidos ocorre por meio de autorização judicial, e a instituição recebe crianças de cidades como Estação, Barão de Cotegipe, Campos Borges e Constantina. “As crianças vêm pra cá por ordem do juiz, e aqui recebem tudo que uma família deve oferecer: cuidado, acolhimento, saúde, educação e apoio emocional”, explica Adriana.

Foto: Milena Mezalira – Comunicação PME

A estrutura do Lar é composta por uma equipe multiprofissional que inclui assistentes sociais, psicólogos, psiquiatra, pediatra, pedagoga, além de colaboradores voluntários como neurologista e dentista. Também integram a equipe as mães sociais, cozinheira, lavadeira, secretária e assistente administrativa. “É uma estrutura pensada para garantir a dignidade e o desenvolvimento de cada criança”, afirma a coordenadora.

Ao receber uma nova criança, a equipe técnica inicia de imediato um estudo da situação familiar e elabora um plano de atendimento, apresentado ao juiz responsável. A partir disso, o judiciário decide se o acolhido retornará à família de origem, permanecerá na instituição ou será encaminhado para adoção. “Trabalhamos para encontrar a melhor solução possível para cada um. Quando conseguimos reintegrar à família ou garantir a adoção, a sensação é de dever cumprido”, diz Adriana. No entanto, ela também alerta para casos em que crianças são devolvidas após adoção, lembrando que a decisão de adotar exige responsabilidade e preparo emocional.

O processo de adoção segue rigorosos trâmites legais. Interessados devem se habilitar no Fórum e passam por uma triagem conduzida pela assistente social do Judiciário. “Quanto mais fechado o perfil escolhido, mais longa é a espera. Já tivemos casos de famílias esperando até 11 anos”, relata Adriana.

A rotina no Lar é estruturada. Todas as crianças frequentam escolas do município, desde a educação infantil até o ensino médio, e participam de atividades extracurriculares, como escolinha de futebol e o programa Jovem Aprendiz. “É ilusão achar que todos serão adotados. Por isso, desde cedo, trabalhamos a autonomia e a independência financeira. Cada um tem uma conta própria que só pode ser acessada aos 18 anos, quando deixam o Lar”, destaca Adriana. Atualmente, há adolescentes do Lar trabalhando no Fórum, em empresas locais como o Master e a Fuzipar.

O Lar da Criança funciona como uma Organização da Sociedade Civil (OSC), com parceria firmada com a Prefeitura de Erechim, que mantém contrato para o acolhimento de crianças do município. A relação com o poder público é vista como positiva. “Sempre que precisamos, contamos com o apoio da Prefeitura, com quem mantemos um relacionamento muito bom e colaborativo”, afirma a coordenadora.

O prefeito Paulo Polis destaca a importância da atuação da instituição: “O Lar da Criança é mais do que um abrigo — é um espaço de acolhimento, reconstrução de vínculos e novas oportunidades. A parceria da Prefeitura com o Lar demonstra o compromisso com a proteção integral da infância e da adolescência. Seguiremos trabalhando para garantir que cada criança tenha a chance de um futuro melhor.”