Segurança
Mais de 30 são denunciados por golpes contra idosos no Rio Grande do Sul
Investigação aponta que 'golpe do bilhete premiado' pode ter movimentado R$ 1,7 milhão
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) confirmou, neste sábado, que denunciou 33 pessoas por associação criminosa, sendo que 30 delas também foram acusadas por estelionato e duas por roubo. Conforme a denúncia, entre junho de 2021 e fevereiro de 2023, o bando cometeu crimes contra idosos em Esteio, Sapucaia do Sul, Canoas e Passo Fundo.
Os golpistas, ainda segundo o MP, também agiram no Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo. A investigação aponta que o golpe pode ter movimentado cerca de R$ 1,7 milhão.
Golpe do bilhete premiado
Segundo a acusação, eles cometeram o que é popularmente conhecido como ‘golpe do bilhete premiado’. Para efetuar os delitos, os criminosos agiam em grupos de três ou quatro, abordando as vítimas, geralmente em vias de pouco movimento, mas não desertas. Na abordagem inicial, um dos denunciados se fazia passar por uma pessoa do interior ou de origem humilde, apresentando-se malvestido, com sotaque carregado e simulando ser analfabeto.
Portando um bilhete, o mesmo criminoso pedia informações sobre um endereço inexistente. Em seguida, um segundo associado, bem-vestido, mostrando-se instruído e bem-intencionado, entrava na conversa e se propunha a ajudar a pessoa humilde que, nesse ponto, já havia repetido a história inicial ao comparsa.
Esse segundo criminoso oferecia ajuda ao detentor do bilhete, entrando em contato com um terceiro integrante do bando, que se passava por gerente da Caixa Econômica Federal, diante da vítima, confirmava que os números constantes no bilhete eram sorteados. Após, esse terceiro comparsa passava as orientações para retirada de um ‘prêmio’.
Depois que o homem ‘humilde’ prometesse dar à vítima parte do prêmio, os dois criminosos e o alvo do golpe entravam em um carro, oportunidade em que era solicitado ao idoso uma ‘garantia’ para o pagamento futuro da recompensa.
Imersa na história contada pelos criminosos, e diante da promessa de recompensa, a vítima repassava os valores a uma conta, pertencente a um dos denunciados, ou sacava o montante e entregava aos criminosos.
Feito o repasse de valores, os golpistas associados despistavam a vítima, pedindo-lhe, por exemplo, para que descesse do carro ou para que comprasse uma bebida, empreendendo fuga do local.