EMPREGO NO RS

Mercado de trabalho segue estável no segundo trimestre de 2024

Eventos meteorológicos, porém, agravaram contraste de crescimento do RS em relação aos outros estados

Por Ascom SPGG Publicado em há 6 horas

Apesar das fortes enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em 2024, alguns dos principais indicadores do mercado de trabalho confirmam a tendência à estabilidade, que se manifesta desde o terceiro trimestre do ano anterior. Entretanto, a desvantagem do mercado formal gaúcho em relação ao do agregado do país e ao das demais unidades da federação se ampliou, a partir da ocorrência do desastre meteorológico.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Entre julho de 2023 e o mesmo mês de 2024, o mercado formal do Estado registrou crescimento de apenas 1,5%, o equivalente a 41 mil vínculos. O percentual é menos da metade da expansão nacional, de 3,9%, e posiciona o RS na última colocação entre os estados brasileiros.  

Esses e outros dados são apresentados no Boletim de Trabalho divulgado nesta quinta-feira (19/9). A publicação trimestral do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), contempla os desempenhos do mercado de trabalho e do emprego formal no Rio Grande do Sul. 

A autoria do boletim é dos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) – base estatística produzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 

Um dos índices que se manteve estável no segundo trimestre do ano foi a taxa de participação na força de trabalho (TPFT). O indicador, que mostra a porcentagem de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão empregadas ou em busca de trabalho, permaneceu em 65,3% no Estado.  

O Nível de Ocupação, percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar, também apresentou índices positivos no Rio Grande do Sul, tendo em vista as enchentes. A taxa do Estado manteve-se estável no segundo trimestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano anterior, com 61,5%.  

A taxa de desocupação, tanto em relação ao primeiro trimestre do mesmo ano quanto na referência comparativa interanual, manteve-se em 5,9%. De acordo com Bastos, o resultado é inesperado, uma vez que o período abrange as adversidades causadas à economia estadual pelas enchentes de 2024.  

Os demais estados da Região Sul também mostraram estabilidade na taxa de desocupação: 4,4% no Paraná e 3,3% em Santa Catarina. Houve queda, porém, em São Paulo, de 7,8% para 6,4%, e no Brasil, de 8% para 6,9%. 

Mercado formal 

O saldo de 41 mil empregos formais criados entre julho de 2023 e o mesmo mês de 2024 no Rio Grande do Sul concentrou-se no setor de serviços, que respondeu por mais de 80% do total, com a criação de 33,3 mil vínculos de trabalho. A expansão de 2,9% é a segunda maior dentre os setores, ficando atrás apenas da construção, que teve aumento de 3,2%, correspondente a 4,3 mil empregos adicionais no período. Em números absolutos, o comércio teve o segundo melhor desempenho, com a geração de 8 mil empregos formais.  

Nos último doze meses, a indústria teve os resultados mais desfavoráveis, seguindo tendência anterior ao desastre ambiental que se abateu sobre o Estado. No período, a indústria eliminou 4,5 mil empregos. Os segmentos com perdas mais significativas foram fumo, farmacêutico e vestuário, consideradas as variações percentuais, e coureiro-calçadista e máquinas e equipamentos, em números absolutos.  

A modesta expansão do emprego formal no Estado concentrou-se na mão de obra feminina (54%) e no contingente de jovens com menos de 24 anos, reafirmando a tendência destacada nos últimos Boletins do Trabalho. No quesito escolaridade, o Ensino Médio completo respondeu por mais de 80% do saldo de 41 mil empregos. 

Impacto das enchentes

A fim de verificar o impacto das enchentes sobre o emprego formal, os pesquisadores do DEE realizaram um estudo cartográfico cruzando a mancha da Área Diretamente Atingida (ADA) pelas inundações, deslizamentos e enxurradas, do Mapa Único do Plano Rio Grande (MUP-RS), com os municípios que apresentaram maior retração de emprego.

A análise revelou considerável convergência de resultados, pondo em relevo a contração do estoque de empregos como uma das consequências das chuvas.

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