Política

Ministro do Supremo diz que se aprovado, voto impresso criará “caos” e “judicialização” do resultado eleitoral

Barroso reforçou a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro.

Por O Sul Publicado em 06/05/2021 11:24 - Atualizado em 03/06/2024 09:53

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, alertou que o voto impresso, em discussão no Congresso Nacional, vai criar no País um “desejo imenso de judicialização” do resultado das eleições.

“Nós vamos criar o caos no sistema que funciona muitíssimo bem”, enfatiza Barroso. Ele reforçou a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro. “O nosso sistema de voto em urna eletrônica é totalmente confiável”, diz.

A fala do presidente do TSE acontece um dia após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ter criado uma comissão especial para discutir a PEC (proposta de emenda à Constituição) que obriga o voto impresso.

A PEC, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada do presidente Jair Bolsonaro, exige a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos no Brasil.

“Eu acho que o voto em cédula, inclusive é o que fala a proposta de emenda constitucional, mesmo o voto impresso pela própria urna, eu acho que seria extremamente problemática e mexeria num time que está ganhando. Tem tanta coisa funcionando mal no Brasil e as pessoas estão, algumas pessoas, pensando em modificar o que vem funcionando bem. E só para lembrar, nesse sistema foi eleito o presidente Fernando Henrique para o segundo mandato, foi eleito o presidente Lula duas vezes, a presidente Dilma por duas vezes e o presidente Jair Bolsonaro. Alguém acha que as urnas não expressaram, efetivamente, a vontade popular? Porque se verificou, em relação à urna eletrônica, é que o discurso dos críticos foi mudando. Primeiro, queriam cédula. Depois, queriam voto impresso. Agora, já querem que ele seja auditado. E eu vou procurar demonstrar a você e ao público cada passo dessa possibilidade de auditoria. Auditoria significando a possibilidade de se conferir a integridade do sistema. Eu acho, sim, que o voto impresso, cédula, impresso pela urna, vai criar desejo imenso de judicialização do resultado das eleições”, disse Barroso.

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