O salário de acesso ao abono salarial será reduzido gradualmente até atingir um salário mínimo e meio em 2035, o que diminuirá o número de trabalhadores beneficiados. A mudança faz parte da PEC do corte de gastos aprovada em 2024. Em 2024, o salário mínimo é de R$ 1.518 e deve subir para R$ 1.621 em 2025. Neste ano, 26,4 milhões de pessoas receberam o abono, que varia de R$ 127 a R$ 1.518 conforme o tempo trabalhado, totalizando R$ 30,6 bilhões. Para 2026, o orçamento previsto é de R$ 33,7 bilhões.
DIREITOS DO TRABALHADOR
Mudança no abono salarial reduz alcance do benefício e acende alerta sobre perda de direitos
Novas regras do PIS/Pasep devem excluir 3,6 milhões de trabalhadores em quatro anos e reforçam tendência de enxugamento de benefícios. A principal alteração é que o limite de renda deixará de ser atrelado a dois salários mínimos e passará a ser reajustado apenas pela inflação (INPC).
A partir de 2026, o abono salarial PIS/Pasep terá novas regras que vão reduzir gradualmente o número de beneficiários. O limite de renda, hoje de até dois salários mínimos, cairá progressivamente até chegar a um salário mínimo e meio em 2035. Já em 2026, o benefício será pago apenas a quem ganha até 1,94 salário mínimo, excluindo cerca de 896 mil trabalhadores. Segundo o Ministério do Trabalho, em quatro anos 3,6 milhões deixarão de receber. Além disso, o valor do abono passará a ser reajustado apenas pela inflação (INPC), sem ganho real.

Quem tem direito neste ano
- O trabalhador deve estar cadastrado no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos, contados a partir da data do primeiro vínculo;
- Ter recebido, de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), até dois salários-mínimos médios de remuneração mensal no período trabalhado;
- Ter exercido atividade remunerada por, pelo menos, 30 dias, consecutivos ou não, no ano-base considerado;
- Ter seus dados do ano-base 2023 corretamente informados pelo empregador no eSocial.
O PIS dos trabalhadores do setor privado é pago pela Caixa, por crédito em conta bancária ou pelo aplicativo Caixa Tem, com opção de saque em agências e canais de atendimento para não correntistas. Já o Pasep, destinado aos servidores públicos, é pago pelo Banco do Brasil, principalmente por crédito em conta, TED, Pix ou atendimento presencial.