DIREITOS HUMANOS
Mulheres ganham 20% menos do que homens em mais de 50 mil empresas
Trabalhadoras negras recebem metade do salário de homens não negros
As mulheres ganham 20,7% menos que os homens em 50.692 empresas com 100 ou mais empregados, segundo o 2° Relatório de Transparência Salarial, apresentado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho. A diferença salarial aumentou em relação ao primeiro relatório de março, que apontou 19,4%.
A ministra Cida Gonçalves destacou que a igualdade salarial é prioridade do governo e do debate internacional, como no G20 e na ONU. Ela enfatizou que as mulheres chefiam 50,8% dos lares, mas continuaram ganhando menos pelo mesmo trabalho.
O relatório analisou 18 milhões de vínculos formais de 2023, revelando que, em empresas com 100 ou mais empregados, os homens ganharam em média R$ 4.495,39, enquanto as mulheres receberam R$ 3.565,48. A diferença é maior entre mulheres negras, que ganham 50,2% do salário de homens não negros.
Além disso, 53% das empresas não tinham pelo menos três mulheres em cargos de gestão, dificultando a análise da disparidade salarial, e apenas 27,9% adotavam políticas de incentivo à contratação de mulheres negras.
Mais informações sobre empresas com 100 ou mais empregados, no Brasil, em 2023:
· em 31% destes estabelecimentos (15.737), a diferença salarial entre mulheres e homens é 5%;
· 53% dos estabelecimentos (26.873) não havia pelo menos três mulheres em cargos de gerência ou direção da empresa para que os cálculos sobre diferenças salariais fossem realizados;
· 55,5% das entidades utilizavam planos de cargos e salários como critério de remuneração;
· 63,8% dos estabelecimentos cumpriam metas de produção como critério de remuneração;
· 22,9% das entidades tinham política de auxílio creche;
· 20% das empresas tinham política de licença paternidade/maternidade estendida;
· 42,7% dos estabelecimentos (21.658) tinham entre 0% e 10% dos empregados que eram mulheres pretas ou pardas;
· 8,2% destas empresas tinham política de contratação para mulheres indígenas;
· 0,2% (85) dos estabelecimentos não tinham mulheres empregadas formalmente, em 2023.