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Segurança

Mulheres vítimas de violência poderão fazer denúncia em farmácias

Casos poderão ser comunicados em locais que tiverem o selo “Farmácia Amiga das Mulheres”.

Correio do Povo
por  Correio do Povo
10/06/2020 14:20 – atualizado há 3 anos
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Foi lançada na manhã desta quarta-feira uma nova campanha no enfrentamento à violência contras as mulheres no Rio Grande do Sul. O Ministério Público Rio Grande do Sul, em conjunto com outros órgãos estaduais e empresas parceiras, lançou a campanha Máscara Roxa. Com a iniciativa, mulheres vítimas de violência doméstica poderão denunciar casos de agressões nas farmácias que tiverem o selo “Farmácia Amiga das Mulheres”, durante o período de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus.

A campanha é uma iniciativa do Comitê Gaúcho ElesPorElas, da ONU Mulheres, e se concretiza a partir de um termo de cooperação assinado por Ministério Público do Rio Grande do Sul, Tribunal de Justiça do RS, Poder Executivo gaúcho, Polícia Civil e Brigada Militar, Defensoria Pública, ONG Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), além de empresas privadas parceiras. Entre elas está a rede de Farmácias Associadas, no qual o projeto terá início.

A promotora de Justiça Carla Souto destaca que um dos grandes desafios do combate à violência doméstica contra a mulher é incentivá-la a realizar as denúncias e essa campanha vem para suprir uma necessidade urgente que é facilitar ainda mais os canais de denúncia. “Os estabelecimentos foram pensados exatamente por serem de fácil acesso e não suscitarem desconfiança dos agressores, além de sempre ficarem abertos, mesmo nos períodos mais rígidos de isolamento”, explica.

Divulgação

Como vai funcionar

Ao chegar na farmácia a mulher deve pedir a máscara roxa, que é a senha para que o atendente saiba que se trata de um pedido de ajuda. O profissional dirá que o produto está em falta e pegará alguns dados para avisá-la quando chegar. Após, o atendente da farmácia passará à Polícia Civil as informações coletadas, via WhatsApp, para que o órgão tome as medidas necessárias.

Os atendentes receberam capacitação online e estão preparados para o procedimento e para garantir a segurança da vítima. A campanha inicia numa rede voluntária instalada na maioria dos municípios gaúchos, mas está aberta para novas adesões de farmácias interessadas em participar.

Além das farmácias que já estão na campanha, outros estabelecimentos do nicho poderão aderir. O objetivo é envolver também farmácias que não fazem parte de grandes redes, mas que estão em cidades menores. Para isso, serão realizadas mobilizações regionais com gestores municipais, empreendedores da área e representantes de instituições e órgãos que integram o Comitê Gaúcho ElesPorElas.

Números da violência

Em abril, durante o período de isolamento devido à pandemia, o número de casos de feminicídio no Rio Grande do Sul aumentou em 66,7%, em relação ao mesmo mês do ano passado. Neste mês, 10 mulheres foram assassinadas por questões de gênero, enquanto em abril de 2019 seis mulheres foram vítimas de feminicídio, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

No Brasil, o número de feminicídios cresceu 22,2% nos meses de março e abril, em 12 estados, em comparação ao mesmo período de 2019, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No ano passado, foram 117 vítimas nesses dois meses. Neste ano, foram 143.

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