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Museu Histórico Farroupilha inaugura coleção de peças da Guerra dos Farrapos neste sábado (11)

O evento está marcado para sábado (11/9), às 10h, data que celebra os 185 anos da proclamação da República Rio-Grandense.

Por Governo RS Publicado em 10/09/2021 19:20 - Atualizado em 03/06/2024 10:15

O Museu Histórico Farroupilha, localizado em Piratini, se prepara para inaugurar a coleção TcheVoni, que resgata fragmentos históricos da Revolução Farroupilha (1835-1845). O acervo foi doado pelo colecionador Volnir Júnior dos Santos, mais conhecido como TcheVoni. O evento está marcado para sábado (11/9), às 10h, data que celebra os 185 anos da proclamação da República Rio-Grandense. Será uma cerimônia restrita a convidados e imprensa, obedecendo aos protocolos de prevenção à Covid-19.

Foto: Divulgação MHF


TcheVoni estará no Estado na condição de hóspede oficial e será recebido pela secretária da Cultura, Beatriz Araujo, e pela diretora do Museu Farroupilha, Francieli Domingues. Na ocasião, também ocorrerá o descerramento do quadro Fuga de Anita Garibaldi a cavalo, de Dakir Parreiras (1894-1967), restaurado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), por meio de um acordo de cooperação técnico-científico firmado com a Secretaria da Cultura (Sedac) em 2019.

O acervo conta com quase mil peças, entre livros, espadas, balas de canhão, documentos, moedas e itens comemorativos do período farroupilha. O público poderá conferir de perto a coleção a partir de 12 de setembro (de terça a sexta-feira, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h; sábados e domingos, das 14h30 às 17h), mediante agendamento.

Em 2019, TcheVoni teve a ideia de levar o acervo para Piratini. Pelas redes sociais manifestou o interesse de transformar o Museu Farroupilha na casa definitiva da coleção. Foi aí que Beatriz e Francieli iniciaram as tratativas com Volnir, um gaúcho aficionado pela saga farroupilha, que reside em Natal (RN).

"É um novo tempo em nossa instituição. É parte da República Rio-Grandense voltando para casa. O dia 11 de setembro ficará marcado em nossos corações como o início de uma nova era. E é possível dizer que passaremos a contar com a maior coleção da Revolução Farroupilha entre todas as instituições museológicas", comemora Francieli.

Com entusiasmo, a secretária Beatriz fala de sua expectativa para o dia 11 de setembro: "Tenho certeza que será um momento de grande alegria e emoção, uma vez que estaremos diante de peças históricas de tamanha relevância, que mudarão para sempre o Museu Histórico Farroupilha, bem como contribuirão para aprofundar o conhecimento acerca da saga farrapa".

Quadro restaurado

A restauração da obra Fuga de Anita Garibaldi a cavalo envolveu 20 alunos do bacharelado em Conservação e Restauração de Bens Culturais do Instituto de Ciências Humanas da UFPel, que tiveram a oportunidade de trabalhar nesta importante obra do acervo do Museu Farroupilha. Fazem parte da equipe os restauradores Keli Scolari e Fabio Galli.

quadro Fuga de Anita Garibaldi a Cavalo
O quadro "Fuga de Anita Garibaldi a Cavalo" foi restaurado pela UFPel - Foto: Andréa Bachettin/Divulgação Sedac

"Foi uma oportunidade única na formação dos alunos que devolvem à comunidade este patrimônio de todos os gaúchos. Foi restabelecida a integridade física e estética da obra, através dos processos de restauração", avalia a coordenadora do Departamento de Museologia e Conservação e Restauro do ICH/UFPel, Andréa Bachettini.

Beatriz recorda que após alguns anos de trabalho, em 2011, na condição de produtora cultural, concluiu o projeto que possibilitou a restauração completa do Museu Histórico Farroupilha e enaltece a parceria firmada com a UFPel. "Chegando à Sedac como secretária, meu primeiro ofício foi à UFPel, solicitando apoio para a restauração de duas obras de arte daquele museu, as quais estavam aguardando restauro num dos torreões do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) há muitos anos e sem qualquer perspectiva de conclusão. Agora, com esta doação extraordinária e a qualificação das instalações do museu, penso que encerro um trabalho de mais de uma década, que por vezes me deu muita preocupação, mas também muitas alegrias. Nestas horas a gente percebe que todo o esforço é recompensado. Piratini agora passa a ser uma referência para pesquisadores e pessoas interessadas em conhecer um pouco mais da nossa história", afirma.

Parcerias e qualificação

Após a consolidação das tratativas para a doação do acervo, Beatriz passou a envidar esforços para trasladar a coleção até Porto Alegre. Na Sedac, o acervo passou por catalogação e foi adicionado ao patrimônio do Estado. Para isso, contou com a intermediação do atual secretário de Turismo, Ronaldo Santini – que na época cumpria mandato de deputado federal –, que viabilizou o transporte aéreo com a Força Aérea Brasileira (FAB) e terrestre por meio do Exército. O trabalho de catalogação foi realizado pela equipe do departamento de Memória e Patrimônio da Sedac, sob a supervisão do assessor especial Eduardo Hahn.

Antes de receber a coleção TcheVoni, o Museu Histórico Farroupilha passou por melhorias físicas na reserva técnica, que impactaram no mobiliário e na segurança, qualificando a guarda e a exposição dos objetos. Os recursos foram provenientes de emenda parlamentar de R$ 100 mil apresentada, em 2019, pelo deputado estadual Luiz Henrique Viana, atual secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura. O recurso permitiu a compra de mobiliário e mostruários para acomodar o novo acervo, bem como a instalação de sistema de alarme.

O museu

Fundado em 1953, o Museu Histórico Farroupilha é considerado um pilar fundamental para construção da identidade gaúcha. Seu acervo é um dos principais narradores do episódio divisor de águas da história do Estado, a Guerra dos Farrapos, e a formação da República Rio-Grandense. Configura-se em uma matriz para pesquisas de valor histórico e científico e em equipamento cultural e turístico de Piratini.

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