SAÚDE DO HOMEM
Número de vasectomias aumenta 45% no RS
Dados foram disponibilizados na primeira edição do Boletim Epidemiológico da Saúde do Homem
A Secretaria da Saúde (SES) publicou, nesta terça-feira (26/11), o primeiro Boletim Epidemiológico da Saúde do Homem, reunindo vários dados coletados nos sistemas de informação do Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos destaques da edição, que apresenta dados do ano passado, é o aumento de vasectomias no Rio Grande do Sul. Na comparação entre os números consolidados de 2022 e 2023, houve um crescimento de quase 45% do procedimento no Estado.
O material se insere no contexto do Novembro Azul, mês dedicado à conscientização sobre cuidados abrangentes com a saúde da população masculina.
O ano de 2023 foi o primeiro da vigência da Lei Federal 14.443/2022, que alterou as condições de acesso à esterilização voluntária, reduzindo a idade mínima de 25 para 21 anos e acabando com a exigência do consentimento expresso de ambos os cônjuges para a realização de vasectomia e de laqueadura tubária. Com a nova lei, o número de procedimentos de vasectomia no Estado saltou de 5.703 em 2022 para 8.256 em 2023.
Segundo o boletim, a vasectomia, embora seja um dos métodos contraceptivos mais eficazes e amplamente utilizado em países desenvolvidos, apresenta baixa prevalência em países em desenvolvimento, como o Brasil. “Isso se deve, em parte, ao fato de que o Programa de Planejamento Sexual, desde sua implementação, foi focado nas mulheres. Historicamente, a responsabilidade pelo controle reprodutivo e pelos métodos contraceptivos ofertados no SUS foi atribuída às mulheres, mesmo que o programa se destinasse a ambos sexos”, explica o documento da SES.
Outros dados
O boletim apresenta uma visão detalhada e estratégica sobre a saúde dos homens no RS, abordando desde o acesso aos serviços de atenção primária até as principais causas de morbimortalidade masculina. O material também detalha, além de dados sobre saúde sexual e reprodutiva dos homens, informações e estatísticas sobre acesso e acolhimento dos homens na Atenção Primária à Saúde (APS); imunização; paternidade e cuidado; doenças prevalentes; e prevenção de violência e acidentes.
A análise dos dados evidencia desafios relevantes, como a baixa adesão masculina a cuidados preventivos e a alta prevalência de condições crônicas evitáveis, o que reforça a necessidade de iniciativas que estimulem o autocuidado masculino e a maior busca por serviços de saúde.