Clima
O que você precisa saber sobre a nova onda de frio que chega ao sul do Brasil
Massa de ar polar começa a ingressar no Rio Grande do Sul, derrubará a temperatura e trará marcas negativas com geada.
A primeira massa de ar polar de agosto começa a ingressar no Sul do Brasil nas próximas horas. O ar frio chega após uma breve sequência de dias de temperatura alta com calor à tarde que se seguiu à onda polar que chegou no final de julho e trouxe nove dias seguidos de temperatura mínima abaixo de zero para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Neste pergunta e resposta (FAQ) a Metsul esclarece as principais dúvidas sobre o novo episódio de frio de inverno.
Quando começa a esfriar?
A temperatura começa a entrar em acentuado declínio no Oeste e no Sul do Rio Grande do Sul entre a noite desta segunda-feira e a madrugada desta terça. Nas demais regiões do Estado, o resfriamento vai ocorrer ao longo da terça-feira. No final da terça, o frio se fará sentir em todo o território gaúcho e parte de Santa Catarina. Por isso, muitas cidades dos dois estados terão suas mínimas no final da terça.
Como se compara esta massa de ar polar em intensidade com as últimas?
Não espera tanto frio como nas ondas polares do fim de junho e as duas de julho. Esta irá ser uma incursão de ar frio de menor intensidade. Para se ter ideia, um parâmetro usado em Meteorologia para ver o quão quente ou fria é uma massa de ar, a temperatura em 850 hPa ou 1.500 metros de altitude, era de -6,5ºC na massa de ar polar do fim de julho e vai estar ao redor de 0ºC nesta. O resfriamento esperado, assim, mesmo sendo relevante, não será tão significativo como nas últimas três ondas de frio.
E a abrangência desta massa de ar frio?
Da mesma forma que será menos intensa, esta massa de ar frio será menos abrangente no território brasileiro. A temperatura até declinará em parte do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil, mas o frio mais intenso deve se limitar mais ao Sul do país, particularmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
E a duração? A última onda de frio trouxe muitos dias de temperatura baixa. Isso vai se repetir agora?
Não. A partir de agosto, as massas de ar polar, mesmo as mais fortes, costumam atuar por menos tempo no Sul do Brasil. Logo volta a esquentar e/ou chover. Por isso, que no fim desta semana a temperatura já estará mais alta tanto nas mínimas quanto nas máximas com tardes mais quentes.
Quando será o pico do frio neste evento?
O ar polar terá a sua maior intensidade em altitude sobre o Rio Grande do Sul entre o fim da terça e o começo da quarta, entretanto em superfície (onde as pessoas estão) o frio será mais forte no amanhecer da quinta. Apesar de a temperatura já estar baixa no começo da quarta em diversas regiões, e com frio mais intenso no Oeste e no Sul gaúcho, as marcas mais baixas no geral devem ocorrer no amanhecer da quinta.
E quanto pode fazer de frio?
Não teremos mínimas tão baixas quanto no final de julho, quando fez -7,2ºC no Rio Grande do Sul e -10ºC em Santa Catarina com marcas negativas na Grande Porto Alegre. Desta vez, grande parte das cidades gaúchas e catarinenses não terá marcas abaixo de zero, apesar da previsão de valores negativos em algumas regiões. Porto Alegre pode ter 4ºC ou 5ºC na quinta com 2ºC a 3ºC na região metropolitana. Marcas abaixo de zero são esperadas na fronteira com o Uruguai, Campanha, Serra do Sudeste, na área de Soledade, em baixadas do Noroeste gaúcho e nos Campos de Cima da Serra, além do Planalto Sul de Santa Catarina. Na maior parte dos pontos mais frios destas regiões as mínimas devem ficar entre -2ºC e 0ºC.
Vai gear, então?
Vai. A perspectiva de geada, entretanto, é bem diferente dos últimos três eventos de frio com o fenômeno mais limitado ao Sul do Brasil e mais nos estados gaúcho e catarinense. Com isso, desta vez, não há risco para as culturas de cana-de-açúcar, café ou cítricos da Região Sudeste. A geada já pode ocorrer no Oeste e no Sul gaúcho quarta cedo, na maior parte das regiões gaúchas e catarinenses no começo da quinta e de forma mais isolada na sexta nos dois estados.
E neve?
A neve é dependente de temperatura suficiente baixa para que se forme o fenômeno e precipitação. A temperatura em altitude, no ponto de formação da neve, até vai estar em nível favorável ao fenômeno por algumas horas, mas não haverá instabilidade. Por isso, desta vez, não se prevê neve.