Saúde

Oeste de SC está infestado pela dengue

O número de municípios que atingiram o nível de epidemia de dengue em SC subiu de 16 para 21. Destes, 20 estão localizados na região Oeste.

Por NDMais Publicado em 08/04/2022 19:22 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

A situação da dengue se agravou em Santa Catarina. Em sete dias, o número de casos confirmados subiu 72%, conforme dados do boletim semanal da dengue. O número de municípios que atingiram o nível de epidemia de dengue também subiu de 16 para 21. Destes, 20 estão localizados na região Oeste.

A situação preocupa e ascende um alerta, principalmente com o crescimento no número de mortes. Conforme o boletim semanal da dengue emitido pela DIVE/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), das oito mortes confirmadas até o momento, seis foram em cidades do Oeste.

As mortes foram em Brusque, Caibi, duas em Chapecó, Criciúma, Itá, Romelândia e Xanxerê. Outras nove estão em investigação, seis delas em cidades do Oeste catarinense.

O boletim semanal da dengue informou que o Estado conta com 25.971 focos do Aedes Aegypti distribuídos em 210 municípios. Ao todo, 125 cidades estão infestadas.

O número de casos confirmados é de 9.422, sendo 7.515 autóctones e 71 importados. Outros 1.725 casos estão em investigação de LPI (Local Provável de Infecção) e 111 são considerados indeterminados, pois não foi possível definir o LPI.

Municípios em epidemia

Os 21 municípios de Santa Catarina que atingiram o nível de epidemia foram: Maravilha, Seara, Concórdia, Iporã do Oeste, Itá, Xanxerê, Abelardo Luz, Romelândia, Mondaí, Belmonte, Coronel Freitas, Guaraciaba, São José do Cedro, Caibi, Palmitos, Ascurra, Caxambu do Sul, Tunápolis, Flor do Sertão, Santa Helena e Peritiba

Mortes por dengue

• Brusque, 81 anos, homem, autóctone;

• Caibi, 72 anos, homem, autóctone;

• Chapecó, 86 anos, mulher, autóctone;

• Chapecó, 73 anos, homem, autóctone;

• Criciúma, 40 anos, homem, importado;

• Itá, 72 anos, homem, autóctone;

• Romelândia, 61 anos, homem, autóctone;

• Xanxerê, 51 anos, homem, autóctone;

    Mortes em investigação

    • Ascurra (01);

    • Blumenau (01);

    • Chapecó (01);

    • Guaraciaba (01);

    • Joinville (01);

    • Maravilha (01);

    • Palmitos (01);

    • Seara (02);

      Entenda a doença

      Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

      A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves até quadros graves, podendo evoluir para a morte.

      Todos os quatro sorotipos do vírus da dengue circulantes no mundo causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico.

      O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

      Sintomas

      Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos.

      Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes. Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite.

      No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

      Zika e Chikungunya

      O mosquito Aedes Aegypti também transmite outras duas doenças: a Zika e a Chikungunya. De Zika, 40 notificações foram feitas no Estado. Destas, 30 casos foram descartados e 10 suspeitos. De Chikungunya, foram 237 notificações. Dois casos foram confirmados importados, 159 descartados e 76 estão em investigação.

      Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

      • Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;

      • Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

      • Mantenha lixeiras tampadas;

      • Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;

      • Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

      • Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;

      • Mantenha ralos fechados e desentupidos;

      • Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;

      • Retire a água acumulada em lajes;

      • Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;

      • Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;

      • Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;

      • Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;

      • Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.

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