Saúde
Oeste de SC está infestado pela dengue
O número de municípios que atingiram o nível de epidemia de dengue em SC subiu de 16 para 21. Destes, 20 estão localizados na região Oeste.
A situação da dengue se agravou em Santa Catarina. Em sete dias, o número de casos confirmados subiu 72%, conforme dados do boletim semanal da dengue. O número de municípios que atingiram o nível de epidemia de dengue também subiu de 16 para 21. Destes, 20 estão localizados na região Oeste.
A situação preocupa e ascende um alerta, principalmente com o crescimento no número de mortes. Conforme o boletim semanal da dengue emitido pela DIVE/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), das oito mortes confirmadas até o momento, seis foram em cidades do Oeste.
As mortes foram em Brusque, Caibi, duas em Chapecó, Criciúma, Itá, Romelândia e Xanxerê. Outras nove estão em investigação, seis delas em cidades do Oeste catarinense.
O boletim semanal da dengue informou que o Estado conta com 25.971 focos do Aedes Aegypti distribuídos em 210 municípios. Ao todo, 125 cidades estão infestadas.
O número de casos confirmados é de 9.422, sendo 7.515 autóctones e 71 importados. Outros 1.725 casos estão em investigação de LPI (Local Provável de Infecção) e 111 são considerados indeterminados, pois não foi possível definir o LPI.
Municípios em epidemia
Os 21 municípios de Santa Catarina que atingiram o nível de epidemia foram: Maravilha, Seara, Concórdia, Iporã do Oeste, Itá, Xanxerê, Abelardo Luz, Romelândia, Mondaí, Belmonte, Coronel Freitas, Guaraciaba, São José do Cedro, Caibi, Palmitos, Ascurra, Caxambu do Sul, Tunápolis, Flor do Sertão, Santa Helena e Peritiba
Mortes por dengue
• Brusque, 81 anos, homem, autóctone;
• Caibi, 72 anos, homem, autóctone;
• Chapecó, 86 anos, mulher, autóctone;
• Chapecó, 73 anos, homem, autóctone;
• Criciúma, 40 anos, homem, importado;
• Itá, 72 anos, homem, autóctone;
• Romelândia, 61 anos, homem, autóctone;
• Xanxerê, 51 anos, homem, autóctone;
Mortes em investigação
• Ascurra (01);
• Blumenau (01);
• Chapecó (01);
• Guaraciaba (01);
• Joinville (01);
• Maravilha (01);
• Palmitos (01);
• Seara (02);
Entenda a doença
Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.
A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves até quadros graves, podendo evoluir para a morte.
Todos os quatro sorotipos do vírus da dengue circulantes no mundo causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico.
O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.
Sintomas
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos.
Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes. Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite.
No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.
Zika e Chikungunya
O mosquito Aedes Aegypti também transmite outras duas doenças: a Zika e a Chikungunya. De Zika, 40 notificações foram feitas no Estado. Destas, 30 casos foram descartados e 10 suspeitos. De Chikungunya, foram 237 notificações. Dois casos foram confirmados importados, 159 descartados e 76 estão em investigação.
Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:
• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
• Mantenha lixeiras tampadas;
• Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
• Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
• Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
• Mantenha ralos fechados e desentupidos;
• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
• Retire a água acumulada em lajes;
• Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
• Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
• Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
• Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
• Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.