CORRUPÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL

Operação “Muralha” revela esquema de desvio e omissão dentro do presídio de Getúlio Vargas

Ação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Penal prende agente e afasta outros três servidores suspeitos de crimes como peculato e prevaricação

Por Assessoria/Redação AU Publicado em há 6 horas

A Polícia Civil de Getúlio Vargas deflagrou, na manhã desta quinta-feira (6), a Operação “Muralha”, em conjunto com a Corregedoria-Geral e o Grupo de Atuação Especial (GAES) da Polícia Penal. A ação teve como objetivo apurar e reprimir crimes de peculato, prevaricação e condescendência criminosa, supostamente cometidos por servidores públicos do Presídio Estadual de Getúlio Vargas (RS). As investigações revelam um quadro preocupante de corrupção e negligência dentro de uma instituição responsável justamente por zelar pela aplicação da lei.

A operação mobilizou 39 policiais civis e 50 policiais penais, com base em uma extensa investigação que incluiu análise de imagens de videomonitoramento, depoimentos de apenados e servidores, além de relatórios da Corregedoria-Geral da SUSEPE. As provas apontam para desvios sistemáticos de bens públicos e omissões dolosas de agentes penais, inclusive ocupantes de cargos de chefia e direção na unidade prisional.

Durante as diligências, foram cumpridos mandados de busca e apreensão tanto dentro da casa prisional quanto nas residências dos investigados. A Justiça também determinou o afastamento de três policiais penais e a prisão preventiva de um quarto servidor, que foi detido enquanto trabalhava no presídio. Após a prisão, as equipes realizaram buscas nas casas dos envolvidos, onde foram apreendidos alimentos, produtos de limpeza, itens de higiene e medicamentos controlados, supostamente desviados do estoque da penitenciária.

Na residência do principal investigado, já preso preventivamente, os policiais localizaram medicamentos controlados sem prescrição médica e munições de calibre .38 sem procedência. Diante das evidências, ele foi autuado em flagrante por posse irregular de munição e tráfico de entorpecentes, agravando sua situação judicial.

Após os trâmites formais na Delegacia de Getúlio Vargas, o policial penal preso foi entregue à Corregedoria-Geral da Polícia Penal, responsável por sua custódia. O servidor permanece à disposição da Justiça, enquanto as investigações seguem para apurar a extensão dos crimes e o possível envolvimento de outros agentes.

O caso expõe um cenário degradante e contraditório, em que servidores encarregados de fiscalizar e aplicar a lei são flagrados transgredindo-a, manchando a imagem do sistema prisional e comprometendo a confiança pública nas instituições de segurança.

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