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Pantanal registra recorde histórico com mais de 3 mil incêndios em novembro
Fumaça de incêndios no Pantanal chega ao Sudeste e Sul do país
Há mais de um mês, o fogo consome o Pantanal, e não há previsão de trégua. Em 16 dias de novembro deste ano, foram registrados 3.098 focos de incêndio no bioma, um recorde histórico para o mês desde 2002, quando foram contabilizados 2.328 focos.
Em relação ao mesmo período de 2022, o aumento de queimadas ultrapassa 1.400%, conforme monitoramento do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O tempo seco e a onda de calor favorecem o grande número de incêndios, que destroem a vegetação e a fauna.
Na última quarta-feira (15), o fogo chegou a invadir a rodovia Transpantaneira. As chamas foram controladas pelas equipes de brigadistas e não alcançaram as casas.
Os incêndios levaram os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados que abrigam o bioma, a decretar situação de emergência na região norte do Pantanal.
Causas
A causa dos incêndios ainda está sob investigação. Os especialistas avaliam se começaram por causa da queda de raios ou por ação humana.
Em 2020, o fogo queimou mais de 30% do território do Pantanal, na porção brasileira, o equivalente a 44.998 quilômetros quadrados.
No dia 21 de outubro deste ano, três raios atingiram o Parna do Pantanal, a Reserva Particular do Patrimônio Natural Dorochê e uma propriedade particular.
Para tentar controlar as chamas, as equipes de brigadistas foram reforçadas.
Atualmente, há mais de 300 servidores no combate aos incêndios no Pantanal, com o apoio de quatro aeronaves e veículos especiais de combate a incêndios.
O contingente foi reforçado recentemente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Fumaça de incêndios no Pantanal chega ao Sudeste e Sul do país
Com mais de 3 mil focos de calor nesta sexta-feira (17), a fumaça proveniente dos incêndios no Pantanal está se espalhando para além da região do bioma, atingindo o Sul e Sudeste do país, como mostram as imagens de satélite.
As imagens foram captadas pelos satélites do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostrando que a névoa de fumaça está se espalhando principalmente para São Paulo, Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul
O meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS) Vinicius Sterling explica que o avanço da névoa de fumaça do Pantanal também é maximizado pelos incêndios na Amazônia.
"A fumaça que está chegando em outros estados não são apenas do Pantanal, também tem influência da Amazônia. A situação se maximiza em Mato Grosso do Sul e vai para outras regiões. Na Amazônia boliviana também há focos de calor, o que contribui para chegada de fumaça em outros estados, principalmente o estado do MS", detalha o especialista em clima.
O especialista da UFMS explica que a fumaça das queimadas carregam partículas muito finas, que possuem como origem a combustão dos incêndios e até mesmo o fluxo de veículos.
*Com informações do G1 e da Agência Brasil