QUEDA DE BALÃO

Piloto e dono de empresa de balonismo podem ser presos, diz Polícia Civil

Autoridades investigam se houve homicídio doloso ou culposo no acidente que matou oito pessoas em Praia Grande (SC).

Por Redação VL Publicado em 21/06/2025 20:24 - Atualizado em 21/06/2025 22:14

O piloto do balão que caiu na manhã deste sábado (21), em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, e o proprietário da empresa responsável pelo voo podem ser presos, caso fique comprovada a ocorrência de homicídio doloso ou culposo, segundo a Polícia Civil.

A informação foi confirmada pelo delegado geral Ulisses Gabriel durante coletiva de imprensa realizada à tarde. Segundo ele, o voo estava autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o piloto possuía todas as licenças exigidas. “Estamos apurando os fatos para verificar se há materialidade e autoria da prática de algum crime”, afirmou o delegado.

Foto: Leo Munhoz /SECOM

Relatos iniciais indicam que o balão apresentou problemas após a decolagem, forçando uma descida de emergência. Nesse momento, 13 ocupantes, incluindo o piloto, conseguiram saltar do cesto. Porém, com o alívio repentino do peso, o balão voltou a subir descontroladamente, levando as oito vítimas que não conseguiram sair a tempo.

A principal linha de investigação aponta para um possível incêndio iniciado no próprio cesto, provavelmente causado por um maçarico improvisado, que não fazia parte da estrutura original da aeronave. O equipamento teria sido usado para acender o sistema de aquecimento e pode ter provocado o fogo, segundo depoimentos já colhidos.

O extintor de incêndio que estava no cesto do balão falhou ao ser acionado, segundo informou a Polícia Civil. A informação foi prestada em depoimento pelo piloto da aeronave, conforme declarou o delegado-geral Ulisses Gabriel.

Para auxiliar na perícia, a Polícia Científica utilizou tecnologia de mapeamento 3D com equipamento de última geração, segundo informou o perito geral adjunto Douglas Balen. O objetivo é realizar uma análise forense minuciosa da área do acidente. A prioridade da equipe, no momento, é concluir a identificação oficial das vítimas.

A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) acompanha as investigações, e as Secretarias de Segurança Pública e Saúde do Rio Grande do Sul também oferecem apoio.

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