Clima
Pior seca no mundo hoje é da Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul
Terceiro ano seguido de estiagem dizima lavouras, seca rios e lagos, e causa desabastecimento de água em cidades e no campo.
A pior área do mundo sob risco de seca pelos índices de estado da vegetação neste mês de janeiro está concentrada entre Argentina, Uruguai e o Rio Grande do Sul, mostra o mapa da NOAA de monitoramento de vegetação e seca em todo o planeta. São três anos seguidos de seca na região e a falta de chuva se agravou ainda mais nos últimos meses com precipitações extremamente deficientes. A publicação é da Metsul.
O país mais castigado pela seca é a Argentina. A situação é dramática pela severa a excepcional seca prolongada no país que arrasa com a agricultura e castiga fortemente a pecuária do país. Os números e a extensão da seca são de impressionar. O balanço publicado no começo deste mês pelo governo mostrou que a seca atingiu 175 milhões de hectares em dezembro com um aumento de 10 milhões de hectares relação a novembro.
O relatório destacou o aumento da área sob seca severa com um acréscimo de 4,5 milhões de hectares em que piorou sua condição. Durante dezembro, foi observado um aumento de 10 milhões de hectares em relação ao mês anterior, totalizando 175 milhões de hectares em risco por estiagem em todo o país.
No mês, os déficits de chuvas predominaram no Centro-Leste, Norte e Nordeste do país, acentuando as condições de seca. A região Centro, onde se concentra a maior parte da produção agrícola da Argentina, registou o ano mais seco dos últimos 62 anos e a zona núcleo de produção ficou em segundo lugar, logo abaixo de 2008. O triênio 2020-2022 foi o mais seco registado na média nacional.
EMERGÊNCIA NO URUGUAI
As chuvas registradas no fim de semana no Uruguai foram insuficientes para reverter a seca que afeta o país, informou o Sistema Nacional de Emergências (Sinae) na segunda-feira. “Não bastou, não serviu para melhorar a situação estas últimas chuvas que caíram”, afirmou o director nacional do Sinae, Sérgio Rico, consultado pelo canal 10 da televisão local.
Ele indicou que “houve uma pequena chuva onde os únicos beneficiados foram os departamentos de Colonia, Río Negro e Soriano com não mais de 30 milímetros, de 10 a 20 milímetros na média”, e outra pequena chuva em Rivera.
O Uruguai está sob seca em todo o seu território desde 11 de outubro, segundo o Instituto Uruguaio de Meteorologia (Inumet), e mais de 40% da área nacional está sob os efeitos da forte seca. Essa categoria funciona como um ponto intermediário: abaixo, estão a seca “moderada”, que afeta 33,02% do território nacional (58.352 quilômetros quadrados), e a “seca anormal”, que afeta 2,48% do território nacional (4.390 quilômetros quadrados).
Por outro lado, subindo na escala adotada pela Meteorologia do Uruguai, há mais dois tipos de seca: “extrema” e “excepcional”. A primeira afeta 20,51% do território nacional (36.233 quilômetros quadrados) e a segunda 1,85% (3.272 quilômetros quadrados).
Na semana passada, o governo uruguaio estendeu até abril a emergência agrícola decretada em outubro e ampliou os setores atendidos pela assistência aos produtores. Em 2022 e pelo terceiro ano consecutivo, o país decretou uma emergência agrícola que distribui recursos do Fundo de Emergência Climática entre produtores, como empréstimos com juros subsidiados e prazos de pagamento estendidos.
SITUAÇÃO PIORA NO RIO GRANDE DO SUL
O Rio Grande do Sul enfrenta o terceiro ano seguido de estiagem e a situação piora a cada dia na maioria das cidades do estado castigadas pela escassez hídrica. Com isso, os prejuízos não param de se avolumar no campo e o abastecimento de água para a população está em quadro crítico em diversas cidades. Alguns municípios já enfrentam racionamento.
A estiagem forçou declaração de emergência em três de cada dez municípios do estado, mas o número sobe rapidamente. Hoje, a Defesa Civil contabiliza 149 decretos de emergência emitidos, ou seja, 30% dos 497 municípios gaúchos estão em emergência pela estiagem.
Os prejuízos são muito grandes nas lavouras de milho e são crescentes na cultura de soja no interior gaúcho. Se a chuva seguir irregular e escassa nas próximas semanas, a quebra que hoje é pior no milho atingirá em cheio a cultura de soja, gerando prejuízos ainda maiores.
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