Segurança
Polícia civil faz primeira apreensão de cocaína preta no RS
Foram apreendidos no local, 26 quilos do entorpecente, que era comercializado em embalagens de açaí.
A Polícia Civil realizou na manhã desta quarta-feira a primeira apreensão de cocaína preta na história do Rio Grande do Sul. A droga, considerada rara, potente e muito cara, foi localizada em Novo Hamburgo e estava guardada na casa de um colombiano, que foi preso. Foram apreendidos no local, 26 quilos do entorpecente, que era comercializado em embalagens de açaí.
A apreensão da chamada “Operação Açaí”, foi realizada pela 1ª Delegacia de Novo Hamburgo, em parceria com a Receita Federal. Segundo o delegado Tarcísio Kaltbach, o colombiano trabalhava em um estabelecimento comercial na área de gastronomia, e estava sendo monitorado pelos agentes da Polícia Civil. “Ele tinha uma empresa de produtos naturais, vista como um negócio de fachada para a venda dos entorpecentes”, informou o delegado. Kaltabach destacou que o colombiano foi flagrado enquanto recebia, em casa, a carga ilegal vinda de Manaus.
“É a primeira apreensão de cocaína preta no Estado e foi avaliada em R$ 6 milhões”, afirmou o delegado, lembrando que o produto que não reage aos testes preliminares. “Ela é mais viciante e mais prejudicial ao organismo do que a cocaína tradicional”, ressaltou.
De acordo ainda com o delegado Tarcísio Kaltbach, a cocaína preta já foi apreendida em outros lugares do Brasil, mas nunca no Rio Grande do Sul. “ Não é uma droga nova. Ela foi desenvolvida na década de 1980 pelo Cartel de Cáli “, revelou, lembrando que o preso informou que recebia R$ 10 mil por cada remessa de 13 quilos do entorpecente.
Tarcísio Kaltbach afirmou, ainda, que a Polícia Civil vai continuar as investigações para ver se não há ligação entre alguma facção do Vale dos Sinos com o cartel de Cali. “Isso vai depender de uma análise mais profunda, e do suporte da Polícia Federal”, ressaltou o delegado.
Cocaína preta
A coloração preta da cocaína é resultante da mistura da pasta-base com outras substâncias, como o Zinco. A manipulação do entorpecente serve para disfarçar o odor e a aparência da droga, dificultando o trabalho dos policiais e cães farejadores. A técnica nasceu na Colômbia, na década de 80, e nunca havia sido registrada no Rio Grande do Sul.