Segurança
Polícia Federal prende pivô da Lava Jato em SC
Ordem foi do juiz federal Eduardo Appio, que assumiu os processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba.
A Polícia Federal prendeu, nesta segunda-feira (20), o doleiro Alberto Youssef. A determinação foi do juiz federal Eduardo Appio, que assumiu em fevereiro os processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, antigo posto do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Youssef foi preso em Itapoá, litoral de Santa Catarina.
Na decisão, o magistrado questiona o acordo feito com o então juiz Moro e afirma que a Receita Federal demonstra que o ex-doleiro não devolveu todos os valores que recebeu ilicitamente e leva vida “privilegiada”, além de ter deixado de informar à Justiça Federal seu endereço atualizado.
“Note se que no acordo de delação o ora investigado ficou obrigado a devolver apenas uma pequena parte de seu vasto patrimônio (devolver R$ 1.893,00), além de bens imóveis de difícil alienação. Ora, a própria Receita Federal denuncia que o investigado teria se apropriado de valores muito superiores aos valores acordados”, aponta o juiz.
O pedido de prisão preventiva determina que Youssef faça uma audiência de custódia com a Justiça Federal de Curitiba nesta terça-feira (20). O MPF pediu ainda a quebra do sigilo de dados telefônicos do ex-doleiro.
Postura de Youssef seria “incompatível” com liberdade provisória
Appio afirmou ainda que o investigado foi articulador de diversas organizações criminosas ao longo dos últimos 20 anos, “sendo certo que a sua multirreincidência revela sua incompatibilidade com o regime de liberdade provisória”.
“A Operação Lava Jato demonstrou, com juízo de total certeza, que Alberto Yousseff, além de multireincidente em crimes econômicos e de lavagem de dinheiro nos últimos vinte (20) anos, tornou se o personagem central da engrenagem que permitiu o desvio de muitos milhões dos cofres públicos e das estatais”, afirmou o magistrado.
Prisão anterior
Youssef foi preso pela Lava Jato em março de 2014. A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) o acusou de ser o principal operador de propinas no esquema de corrupção na Petrobras. O doleiro passou 2 anos e 8 meses na prisão e deixou a cadeia em novembro de 2016.