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Jornal de Santa Catarina
Segurança

Polícia identifica quadrilha responsável pelo maior roubo da história de SC

A quadrilha é a mesma que fez mega assalto no Paraguai, onde foram levados mais de R$ 100 milhões, e o roubo no Aeroporto de Viracopos (SP), em Campinas, em outubro do ano passado.

Jornal de Santa Catarina
por  Jornal de Santa Catarina
13/01/2020 15:46 – atualizado há 3 anos
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Cinco pessoas já foram presas por envolvimento no assalto no Aeroporto Regional de Blumenau, em março do ano passado. Quase 10 meses depois da ação criminosa, considerada o maior roubo da história de Santa Catarina, a Polícia Civil concedeu uma entrevista coletiva onde confirmou a deflagração a Operação Aeroporto 1 e deu detalhes sobre como foi o crime. No total, oito pessoas já foram indiciadas. A informação é do Jornal de Santa Catarina.

Entre os presos está o responsável por arquitetar o assalto, conforme a Polícia Civil. Ele foi encontrado no Pernambuco, em novembro de 2019, porém essa informação havia ficado em sigilo até esta segunda-feira (13) para não prejudicar as investigações. Além disso, um funcionário da empresa de transportes de valores também foi detido. 

Conforme a polícia, ele estava passando – desde setembro de 2018 – informações privilegiadas aos assaltantes sobre o vaivém de malotes com dinheiro no Aeroporto de Blumenau.

Além disso, envolvidos alugaram um imóvel em um morro próximo ao aeroporto para monitorar por meses a movimentação de aviões que transportavam o dinheiro. A investigação ainda aponta que a quadrilha já tinha feito outros assaltos maiores, incluindo um no Paraguai, onde foram levados mais de R$ 100 milhões, e o roubo no Aeroporto de Viracopos (SP), em Campinas, em outubro do ano passado.

Detalhes sobre o roubo

Além de confirmar o indiciamento de oito envolvidos no assalto e a prisão de cinco, a Polícia Civil também deu detalhes de como foi a ação antes e depois do tiroteio – que deixou uma mulher morta e dois vigilantes gravemente feridos.

Conforme o delegado Anselmo Cruz, responsável pela Divisão de Roubos e Antissequestros da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), ao menos 15 pessoas participaram do planejamento e execução do assalto no Aeroporto de Blumenau. O investimento para alugar imóveis, equipamentos, manutenção de pessoas, compra de armas – incluindo oito AK-47 –, chegou a R$ 800 mil. Havia pessoas envolvidas tanto na cidade onde o crime ocorreu, como também em Penha e Ilhota. Todo o planejamento começou ao menos sete meses antes do crime.

O grupo criminoso que assaltou o aeroporto era formado por três núcleos, segundo a Polícia Civil. O primeiro envolvia o repasse de informações sigilosas de dentro da transportadora de valores, cujo responsável já foi preso; o segundo era formado por estelionatários, que locavam imóveis e carros com dados falsos – com estrutura, inclusive, para providenciar a logística desses crimes; o terceiro núcleo era formado por olheiros e pelos assaltantes que, de fato, participaram do tiroteio.

Depois do assalto

O carro usado para a fuga dos criminosos era uma ambulância. O veículo foi comprado pelos assaltantes e plotado para se parecer com uma unidade do Samu. Depois do crime, que ocorreu em 14 de março de 2019, os assaltantes fugiram em direção ao distrito da Vila Itoupava, região distante ao Norte de Blumenau e que fica próximo a Massaranduba. De lá foi feita a transferência dos malotes roubados para um caminhão de lixo, tudo para despistar as polícias – Cruz, inclusive, se refere ao fato como “de roteiro cinematográfico”.

O dinheiro foi levado para São Paulo, de onde vem o grupo criminoso. A polícia também já identificou um forte esquema para distribuição e lavagem de todo o montante levado pelos criminosos, que chega a R$ 9,8 milhões.

– É um quebra-cabeça de 20 mil peças – aponta Anselmo Cruz.

Relembre

No início da tarde de quinta-feira, 14 de março, bandidos fortemente armados com fuzis AK-47 e armas de calibre .50 (usadas em combate antiaéreo) assaltaram um avião de transporte de valores no Aeroporto Regional de Blumenau.

Mais de 150 disparos foram efetuados na troca de tiro entre os criminosos e seguranças da empresa Brinks, que receberia os valores em terra. Por conta dos disparos, uma mulher morreu vítima de bala perdida: Edivania Oliveira, 22 anos.

Os bandidos entraram por um hangar do Quero-Quero. A suspeita da polícia é de que pelo menos oito criminosos participaram da ação. A quadrilha chegou ao local em dois carros blindados, um Dodge Journey e uma BMW X5.

Nos veículos havia buracos por onde os agentes atiravam. Na fuga, os homens se deslocaram sentido Vila Itoupava e abandonaram os carros na Rua Erich Mayer.

Eles usaram uma falsa ambulância do Samu para despistar as autoridades e chegaram a ficar hospedados por pelo menos cinco meses em uma casa no Vale do Selke, entre Blumenau e Pomerode.

Na manhã da terça-feira seguinte, dia 19 de março, a Polícia Militar localizou parte da quadrilha em um galpão no Morro do Baú, em Ilhota. Um foi preso no local e outros dois detidos enquanto tentavam fugir pela região rural do Arraial D’Ouro, em Gaspar. Houve troca de tiros, e nenhum policial ficou ferido.

Também neste dia, a polícia fez uma operação no Centro de Itajaí após uma denúncia anônima de que parte do valor roubado durante o assalto estaria em um hotel. A PM foi até o local e encontrou o dinheiro, apenas R$ 18 mil, e alguns materiais ligados ao crime.

A estimativa é de que R$ 9,8 milhões tenham sido levados pelos criminosos durante a ação.

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