Prefeitos unidos em busca da pavimentação da ERS 483 afirmam: "A primeira milha é o nosso objetivo"
Consórcio Intermunicipal pela Pavimentação da Estrada é uma aposta para viabilizar obra histórica
Em entrevista exclusiva ao comunicador Alcione Gondorek da Rádio Comunitária Liberdade, os prefeitos de Três Palmeiras, Silvânio Antônio Dias, e de Entre Rios do Sul, Irson Milani, reforçaram o compromisso conjunto pela pavimentação asfáltica da ERS 483, rodovia que interliga os três municípios da região (incluindo Trindade do Sul). Com um histórico de décadas de esperança, a obra – orçada em R$ 30,6 milhões para 12,5 km – é considerada essencial para o desenvolvimento econômico, turístico e social da região.

União de esforços e consórcio intermunicipal
Os gestores destacaram a criação de um consórcio entre os três municípios para viabilizar a pavimentação. Trindade do Sul e Entre Rios já aprovaram o projeto de lei na Câmara de Vereadores, e Três Palmeiras votarão a proposta no dia 29 de abril. O objetivo é que, juntos, os municípios possam destinar recursos monetários para licitar o "primeiro quilômetro" da obra.
“Não queremos ser os ‘pais da criança’, mas dar continuidade a essa luta que já dura 50 anos” , afirmou o prefeito Milani, ressaltando o legado dos gestores anteriores. Silvânio complementou: "Queremos mostrar ao Estado que estamos investindo. Se é importante para nós, vamos contribuir" .
Apoio político e entraves
Recentemente, os prefeitos se reuniram com o senador Hamilton Mourão (Republicanos) em Porto Alegre para pleitear emendas parlamentares. A ERS 483 foi apresentada como uma obra "estruturante", com potencial para o turismo, a logística de transporte (incluindo escoamento de produção agroindustrial) e o acesso a serviços de saúde em Erechim e Passo Fundo.
Um dos desafios foi a exclusão do trecho no Programa de Incentivo ao Acesso Asfáltico (PIAA) do governo do Estado, que prioriza municípios sem qualquer ligação pavimentada. Com a iminente licitação do asfalto entre Entre Rios e Cruzaltense, a RS 483 perdeu prioridade no programa.
Impactos econômicos e turísticos
A rodovia beneficia diretamente:
Comércio : Empresas de Entre Rios hoje precisam buscar mercadorias em Três Palmeiras devido às condições da estrada.
Saúde : Pacientes em tratamento em Erechim e Passo Fundo enfrentam trajetórias desgastantes.
Turismo : A região abriga o Lago da usina hidrelétrica do rio Passo Fundo (17 mil hectares), em Entre Rios do Sul eventos como a Motonáutica, além de integrar a Rota Turística das Pedras Preciosas (com Ametista do Sul).
"Temos tudo na mão: natureza, potencial. Só falta o asfalto" , disse Milani, que busca recursos via Ministério do Turismo. Silvânio destacou ainda o impacto logístico para frigoríficos e usinas da região, como a Eletrosul, que gera R$ 12 milhões em ICMS anuais.
A criação do consórcio entre Três Palmeiras, Entre Rios do Sul e Trindade do Sul é a principal estratégia dos prefeitos para finalmente tirar o papel da pavimentação da E RS 483 , rodovia que há décadas é reivindicada pela população.
Como funcionará o consórcio?
Objetivo principal : Arrecadar recursos para licitar a primeira milha da obra, estimada em R$ 2,5 milhões , como forma de demonstrar comprometimento ao governo do Estado e União.
Contribuição mensal : Cada prefeitura destinará valores progressivos a mínimos (a definir conforme arrecadação).
Gestão compartilhada : Um comitê formado por representantes dos três municípios acompanhará as aplicações dos recursos.
O Prefeito Silvânio (Três Palmeiras) explicou :
"Não adianta só cobrar do Estado. Se é uma prioridade para nós, temos que botar também. O consórcio é a prova de que estamos unidos nisso."
Por que essa solução foi escolhida?
Falta de prioridade em programas estaduais :
A ERS 483 foi restauração do PIAA (Programa de Incentivo ao Acesso Asfáltico), que exige que os municípios não tenham nenhum acesso pavimentado. Com a futura ligação Entre Rios–Cruzaltense, a rodovia perdeu elegibilidade.
Agilidade :
O consórcio permite que os municípios ultrapassem as etapas burocráticas do Estado. “Se dependermos apenas do DAER, podemos levar anos. Queremos iniciar ainda em 2025” , disse o prefeito Milani (Entre Rios).
Assista a entrevista completa no facebook da Rádio Liberdade.