Política
Presidente do STF convida ex-auxiliar de Mandetta para secretaria de saúde do STF
Oliveira vai substituir o médico Marco Polo Dias Freitas, exonerado por Fux no fim de dezembro. De acordo com auxiliares do presidente do Supremo, Wanderson já aceitou o convite.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, convidou o epidemiologista Wanderson de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde da gestão de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde, para assumir o comando da Secretaria de Serviços Integrados de Saúde da corte.
Oliveira vai substituir o médico Marco Polo Dias Freitas, exonerado por Fux no fim de dezembro, depois de o Supremo enviar à Fundação Oswaldo Cruz um pedido de reserva de 7 mil doses da vacina contra a Covid-19 para funcionários do tribunal e também do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
De acordo com auxiliares do presidente do Supremo, Wanderson já aceitou o convite. A CNN apurou que Fux buscava um nome com importante atuação no combate à Covid-19 no país. Considerado um dos principais auxiliares de Mandetta, Wanderson foi um dos formuladores da estratégia adotada pelo ministério no início da pandemia do novo coronavírus. Ele deixou o ministério no final de maio.
Após o pedido de "reserva" de vacinas do STF repercutir negativamente na imprensa, nas redes sociais e entre ministros da Corte, Fux decidiu exonerar o médico Marco Polo do cargo de secretário de Serviços Integrados de Saúde da Corte. A exoneração provocou críticas de ministros do STF.
Wanderson participava de quase todas as entrevistas coletivas à imprensa diariamente para atualizar os números da pandemia do novo coronavírus no país."Só Deus para entender o que querem fazer. De qualquer forma, a gestão do Mandetta acabou e preciso me preparar para sair junto, pois esse é um cargo eletivo e só estou nele por decisão do Mandetta”, dizia um trecho de sua primeira carta de demissão.
Exoneração de secretário
Freitas foi exonerado por Fux em 28 de dezembro. Naquele dia, o presidente do STF disse à CNN ter sido alvo de críticas por uma decisão que não autorizou e sobre a qual não havia sido informado. O STF pediu, em ofício enviado à Fundação Oswaldo Cruz, que 7 mil doses de vacinas contra a Covid-19 fossem reservadas para ministros e servidores da Corte.
A Fiocruz negou o pedido, alegou que não possui autonomia "nem para dedicar parte da produção" para a imunização de seus próprios servidores e que a produção de vacinas seria integralmente destinada ao Ministério da Saúde. Dias depois do ofício enviado pelo STF à Fiocruz, Fux defendeu o pedido, em entrevista à TV Justiça, “para o Judiciário não parar”.
Questionado na ocasião sobre o fato de ter defendido o pedido de reserva das vacinas, Fux disse à CNN que não sabia do ofício e que não queria prioridade. Também reforçou que o documento foi enviado sem o seu conhecimento e que, apesar de não ter assinado o documento, Freitas telefonou para a Fiocruz em nome do STF. A decisão de Fux causou mal-estar na corte.
De acordo com relatos feitos à CNN, ministros disseram que o presidente expôs o médico desnecessariamente ao lhe atribuir um ato pelo qual não foi responsável.