Educação
Primeira usina fotovoltaica da UFFS deve iniciar em breve fase de produção
Empreendimento está sendo construído no Campus Erechim, com potência de aproximadamente 400 quilowatts pico
Em fevereiro de 2020, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) iniciou as tratativas para a construção de uma usina fotovoltaica no Campus Erechim, no Rio Grande do Sul. A iniciativa está sendo viabilizada com o aporte de R$ 1,7 milhão, proveniente de edital do Ministério da Educação (MEC) que prevê a construção de sistemas fotovoltaicos em instituições federais de ensino.
A usina deverá suprir a demanda de energia dos campi da UFFS situados em Erechim, Passo Fundo e Cerro Largo. Conforme o projeto, a potência da usina será de aproximadamente 400 quilowatts pico. O Campus Erechim receberá 22 kits de placas de 18,48 quilowatts pico cada um, sendo que o tamanho da área ocupada pela usina pode variar de 3.400 a 5.000 metros quadrados, dependendo do projeto final.
O professor Marcelo Esposito é o responsável pela implementação do projeto no Campus Erechim. A seguir, ele fala sobre o andamento da iniciativa e o que falta para a usina entrar em funcionamento.
Em que fase está a implementação da usina?
Estamos com os módulos fotovoltaicos instalados (arranjo com 1004 módulos) e fixados na estrutura metálica (213 pórticos com estrutura fixa no solo). A subestação da usina está pronta, faltando apenas a conexão com a rede elétrica interna da Universidade em 13,8kV. A solicitação de acesso de minigeração à concessionária RGE está em andamento. Na próxima etapa a subestação primária do Campus Erechim passará por uma adequação.
O que falta para entrar em operação?
Em fevereiro a empresa executora começou a instalação e a montagem da subestação da usina (parte elétrica - a parte civil ficou pronta em 2020). No dia 17 de março a subestação foi considerada concluída. Faltam apenas pequenos ajustes que serão executados no ato da ligação com a rede interna da UFFS. As tratativas com a concessionária RGE estão em andamento. Pelo contrato, falta ainda um treinamento técnico específico sobre a entrada em operação, a manutenção e o funcionamento da usina, de acordo com a norma NBR 16274 da ABNT.
Como está sendo a troca de experiência e conhecimento para viabilização do projeto? Como se dá a colaboração da UFFS no processo?
"Todos os envolvidos têm se empenhado em destacar o objetivo didático deste projeto. Vários foram os momentos em que o projeto foi modificado para que atendesse a necessidade de acesso ao conhecimento gerado com a construção da usina. A redução no gasto com energia elétrica será uma consequência da instalação. A expertise chegará à vida acadêmica da graduação e da pós-graduação da UFFS.
Não há um momento da construção ou detalhe de projeto que não tenha a mão da equipe técnica da UFFS – Campus Erechim e da Secretaria Especial de Obras (SEO). Como um dos responsáveis pela usina, além de defender junto aos gestores da UFFS o projeto inicial para trazer o projeto para Erechim, colaborei com a escolha do edital carona quando o recurso do MEC foi direcionado à UFFS. Desde o dia em que o primeiro trator de esteira começou a fazer a terraplanagem, após inúmeras medições topográficas realizadas pela nossa equipe de técnicos e fiscais de contrato, tenho monitorado tudo que é feito, instalado ou modificado na usina (projeto básico, projeto executivo, recebimento de materiais e equipamentos, construção, montagem e futuramente a colocação em operação, realização de testes e pré-operação)."
É possível mensurar os ganhos institucionais e acadêmicos para a UFFS e também para a comunidade regional?
"De concreto e em execução têm-se ganhos no aprendizado nos seguintes componentes curriculares (CCRs) que são ministrados para o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária: Métodos, processos e dinâmica da geração eólica de energia; Geração solar de energia; e Energia e Meio Ambiente. Para o curso de Agronomia: Tópicos especiais em agronomia IV - Conversão das energias solar e eólica em energia elétrica.
Outra proposta para os cursos de graduação é o Sistema Fotovoltaico Integrado à Edificação (SFIE). Coordeno também um projeto de extensão: Programa de Bom Uso Energético - PROBEN, que envolve energia fotovoltaica e é a base para a participação nos editais anuais do Programa de Eficiência Energética (PEE) da CPFL/RGE.
Em 2020 foi submetido o primeiro relatório de diagnóstico energético para proposta de projeto de eficiência energética. Esse projeto tem a colaboração da empresa júnior do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFFS - Campus Erechim, a EngTech Jr. – Soluções Ambientais.
Com relação à região de abrangência do Campus, fomos procurados para atuar como referencial técnico na construção de uma usina fotovoltaica com o dobro da potência instalada na UFFS. Além da solicitação de apoio técnico relacionado à geração de energia elétrica em pequenas propriedades rurais relativas à agricultura familiar. Como tudo que está acontecendo é recente, e devido à pandemia de covid-19, esses convites foram deixados para outro momento."
O senhor poderia traçar um pequeno passo a passo de como foi implantado o projeto?
"Primeiro, com a elaboração dos projetos básico e executivo. De uma forma geral, os projetos básicos incluem desde a escolha da localização da usina até o ato de elencar vantagens e desvantagens do projeto escolhido. O projeto executivo deve ser técnico e rigoroso com relação principalmente as normas que tratam de sistemas elétricos e de obra civil, por exemplo.
Segundo, a aquisição de materiais e equipamentos, construção, montagem e colocação em operação, realização de testes, a pré-operação e todas as demais operações necessárias e suficientes para colocar em pleno funcionamento uma usina fotovoltaica. Em todas as fases, a fiscalização e o acompanhamento do andamento da execução dos serviços prestados exige profissionais proativos e com bastante experiência acumulada sobre o assunto."
No vídeo a seguir é possível conferir imagens da usina e também a explicação do professor: