Agro
Produtividade da mandioca chega a 70 toneladas por hectare no Alto Uruguai
O cultivo da mandioca, bem como a industrialização do produto, vem crescendo na região do Alto Uruguai e se tornando cada vez mais uma alternativa de renda para o produtor.
O cultivo da mandioca, bem como a industrialização do produto, vem crescendo na região do Alto Uruguai e se tornando cada vez mais uma alternativa de renda para o produtor. As opções de comercialização, seja de forma natural ou processada, através de agroindústrias, apontam para este crescimento. O fomento à atividade, a difusão e implantação de novos cultivares, além de orientações técnicas aos produtores, estão entre as ações promovidas pela Emater/RS-Ascar nos últimos anos para que essa seja mais uma fonte de renda para a agricultura familiar, contribuindo com o crescimento econômico e social da região.
A família do produtor Carlos e Margarida Zucchi, da comunidade do Saltinho, em Itatiba do Sul, é um exemplo. Na propriedade, em um plantio no sistema consorciado com erva-mate, a mandioca colhida com 17 meses alcançou produtividade de cerca de 70 toneladas por hectare. O potencial produtivo pode ser avaliado através de alguns pés colhidos que pesaram entre 25 e 28,5 kg da cultivar polpa amarela, considerada de bom cozimento.
Em outra área da mesma variedade, em cultivo não consorciado, com período de cinco meses o peso já atinge 3,1 kg por pé, chegando a uma produtividade ao redor de 30 toneladas/ha. De acordo com Carlos Zucchi, as mudas foram obtidas em Santa Catarina. A propriedade está localizada a 500 metros do Rio Uruguai, a uma altitude de 380 metros, fatores que também contribuem para a atividade, uma vez que o microclima sem ocorrência de geadas faz com que a cultura amplie o período de crescimento.
A família também aponta outros fatores para a alta produtividade, dentre eles uma lavoura implantada em solo estruturado que anteriormente foi utilizada como pastagem nativa e nos últimos anos sempre contou com cobertura de inverno. A partir de 2020, a área foi cultivada com milho e feijão no cultivo de verão e no inverno com cobertura de aveia. Posteriormente, foi implantada a erva-mate, consorciada com a mandioca. “Na verdade a prioridade seria para a cultura da erva-mate e a mandioca foi aproveitamento de área, mas está dando muito certo porque o erval está em formação, e enquanto isso a mandioca está proporcionando uma renda antecipada”, explica Zucchi.
A Emater/RS-Ascar considera a mandioca um cultivo muito importante para a subsistência familiar por diversos motivos, como o alto potencial produtivo, já que produz mesmo com pouca tecnologia, possui baixo custo de implantação e menor dependência do mercado e tem muitas possibilidades de preparo. Neste sentido, a Instituição mantém um projeto que anualmente distribui manivas (mudas) de cultivares que se adaptam bem às condições de clima e solo da região.
O extensionista rural Carlos Angonese observa que na região do Alto Uruguai foram introduzidas cultivares selecionados pela pesquisa, algumas com teores de nutrientes diferenciados, como é o caso da BRS 396, que possui 70% mais carotenóides que as cultivares amarelas tradicionais. “Também é um cultivo de bom retorno econômico, uma vez que produtividades de 40 a 50 toneladas/hectares de raízes são normais na região”, analisa. Este retorno econômico é explorado por seis agroindústrias familiares da região, que comercializam principalmente mandioca descascada. São empreendimentos de agricultores familiares que têm a assessoria da Emater/RS-Ascar e a chancela do Programa Estadual de Agroindústrias Familiar (Peaf), politica pública do Governo do Estado.
No Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar em Itatiba do Sul, as atividades são realizadas pela extensionista Cleonice Dobrovolski com apoio de outros profissionais da Instituição, que é vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) e também realiza programas do Governo do Estado através da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).