Cidade
Projetos da UFFS são contemplados com recursos de diferentes editais
Conheça duas pesquisas cujos resultados beneficiarão principalmente produtores da região do Alto Uruguai
Dois professores do curso de Agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim tiveram, recentemente, projetos contemplados com recursos de diferentes instituições de fomento à pesquisa. Ambos os estudos preveem beneficiar setores agropecuários da região do Alto Uruguai gaúcho, além de promover a inclusão dos acadêmicos nas diversas etapas das pesquisas.
Um desses projetos é do professor Leandro Galon, contemplado na Chamada CNPq/MCTI n° 10/2023 – Universal.
O estudo vai investigar a integração de sistemas, técnicas e ferramentas tecnológicas voltadas para a produção e manejo de plantas daninhas em culturas agrícolas, em diferentes regiões, e seus efeitos nos cultivos de outono/inverno e de primavera/verão, visando a sustentabilidade econômica e ambiental do meio agrícola brasileiro.
O CNPq aprovou o valor de R$ 234.760,00 para a pesquisa.
Conforme o docente, os resultados gerados beneficiarão produtores de culturas de verão (milho, soja, feijão, dentre outras) e de inverno (trigo, canola, centeio, cevada, dentre outras) de distintas regiões do Brasil, uma vez que estão envolvidos pesquisadores colaboradores de várias instituições: Faqui, de Goiás; Embrapa Milho e Sorgo e Unimontes, de Minas Gerais; Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Embrapa Clima Temperado, de Pelotas; UFFS – Campus Chapecó; Unipampa, de Itaqui; Unideau, de Getúlio Vargas; além de muitos professores e técnicos-administrativos da UFFS – Campus Erechim.
"Mas a maior percentagem de tecnologias e pesquisas geradas pelo projeto serão implementadas para elevar a produtividade das culturas e, também, a qualidade do produto colhido na região de atuação da UFFS, especialmente do Campus Erechim, ou seja, o Alto Uruguai gaúcho", destaca Galon.
O professor pontua que serão utilizados os recursos naturais da maneira mais sustentável possível, gerando menor impacto ambiental e maior retorno econômico ao produtor, com a produção de alimentos mais saudáveis.
"Esse projeto foi elaborado pensando em desenvolver ferramentas, técnicas e tecnologias voltadas a atender produtores rurais em regiões do interior do Brasil. As instituições e os pesquisadores parceiros estão em locais distantes dos grandes centros tecnológicos, e isso poderá fazer com que essas regiões desassistidas tecnicamente possam, a partir das novas descobertas, conseguirem produzir mais e melhor, com menor impacto ambiental".
Acadêmicos do curso de Agronomia e do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA) estão envolvidos no projeto, previsto para finalizar em dezembro de 2026. Muitos deles desenvolverão TCCs, trabalhos de Iniciação Científica (IC), dissertações e teses.
"O projeto conta com 53 atividades distintas, ou seja, são 53 subprojetos que estão dentro do projeto guarda-chuva, envolvendo o estudo de diferentes sistemas de plantio, diferentes manejos a serem adotados na condução das culturas de verão e de inverno, bem como o uso racional da água ou mesmo aspectos relacionados à despoluição de solos contaminados com agrotóxicos".
O segundo projeto é coordenado por Bernardo Berenchtein, professor do curso de Agronomia e diretor de Políticas de Graduação da UFFS. A pesquisa visa avaliar tilápias alimentadas com bioinsumos inovadores, e foi contemplada no edital Inova Agro, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT) do Rio Grande do Sul, com R$ 302 mil.
A expectativa é de que toda a cadeia seja contemplada com os resultados da pesquisa, desde as grandes indústrias beneficiadoras de produtos de origem animal, além de cooperativas e grandes e pequenos produtores da agricultura familiar.
Serão utilizadas 24 caixas viveiros em uma das estufas agrícolas do campus universitário. Nas caixas será feito o ciclo completo de criação de tilápias. Os peixes serão alimentados com bioinsumos provenientes de resíduos da agroindústria, tais como hidrolisados proteicos de penas, sangue e vísceras de frango. Depois, serão avaliados o desempenho, a digestibilidade e a qualidade da carne dessas tilápias.
Conforme o professor Bernardo, “a utilização de subprodutos que anteriormente eram descartados ou mesmo subutilizados na nutrição animal torna o mercado mais competitivo e mais sustentável ambientalmente, economicamente e gerencialmente”.
"Outro ponto é a produção de alimentos saudáveis para os consumidores e a ciclagem de nutrientes, que deixam de ser desperdiçados", destaca o docente.
O projeto conta também com a colaboração dos professores Hugo Von Linsingen Piazzetta e Nerandi Luiz Camerini.