Agro
Projetos Mulheres do Nosso Bairro contempla cinco projetos da região do Alto Uruguai
Primeira edição do edital de Projetos de Responsabilidade Social Mulheres do Nosso Bairro, lançado em 2020 pela Engie Brasil Energia contou com a parceria da Emater/RS-Ascar.
Os municípios de Mariano Moro e Entre Rios do Sul, região do Alto Uruguai, tiveram cinco projetos selecionados na primeira edição do edital de Projetos de Responsabilidade Social Mulheres do Nosso Bairro, lançado em 2020 pela Engie Brasil Energia e que contou com a parceria da Emater/RS-Ascar. Dos 28 projetos inscritos no País, de municípios lindeiros onde a empresa atua, estes foram os selecionados no RS, já que a região do Alto Uruguai foi a única que inscreveu projetos.
Dos projetos contemplados, quatro são de Mariano Moro e um de Entre Rios do Sul. Os extensionistas dos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar ajudaram desde a divulgação do programa até a elaboração dos projetos junto às agricultoras e empreendedoras.
Cada um dos empreendimentos recebeu R$ 20 mil, totalizando R$ 100 mil. O edital teve como objetivo selecionar e apoiar com recursos financeiros, empreendimentos e iniciativas lideradas por mulheres, visando reduzir o impacto e consequências causadas pela pandemia da Covid-19. Com o mesmo propósito de fomentar o empreendedorismo e a geração de renda, a empresa lançou a segunda edição do edital, cujos projetos selecionados serão divulgados pela empresa no dia 6 de dezembro de 2021.
Os recursos chegaram em boa hora para as agricultoras dos dois municípios. A ajuda dos extensionistas foi destacada pelas famílias beneficiadas, sem os quais não seriam viabilizados os projetos. Julcinei Sichoski, de 39 anos, aplicou os R$ 20 mil e mais R$ 8 mil de recursos próprios, em uma estufa onde são cultivados 2 mil pés de morangos com irrigação e no sistema semi-hidropônico. Além da pandemia, a família enfrentou dificuldades com a descoberta das estufas causadas por um vendaval. “Vendemos toda a produção aqui mesmo em Mariano Moro”. Juntamente com o marido, Edson Sichoski, de 39 anos, ela conta que o projeto ajudou porque veio no período da pandemia. “Já tínhamos a ideia de plantar moranguinhos e plantamos em março. Já colhemos a primeira safra e tiramos uma boa renda”, conta. “Este é um serviço bem fácil e nós adoramos fazer”, relata o casal.
Indianara Ecker, de 25 anos, pontua que os R$ 20 mil foram investidos na aquisição de equipamentos para a agroindústria voltada a produção de açúcar mascavo e melado. Os trabalhos no empreendimento são realizados junto com o marido Neimar Ecker, 47 anos. O casal tem dois filhos. Segundo eles, além dos recursos do projeto, mais R$ 6 mil foram aplicados na agroindústria, na compra de dois tachos, batedor, uma mesa de inox e uma balança digital. “Antes fazíamos 13 quilos de açúcar por dia e com os equipamentos conseguimos aumentar para 100 quilos por dia”, exemplificam. Na propriedade, a família divide o trabalho com outras atividades como fruticultura, basicamente a citricultura e lavoura. Indianara lembrou que ela retornou para interior de Mariano Moro depois de morar um tempo na cidade.
Neste ano, já produziram mais de 1.200 quilos de açúcar. Otimista com a situação, Indianara conta que a família plantou cerca de um hectare com cana para o próximo ano visando aumentar a produção. Os produtos são comercializados em Mariano Moro e na região.
A aquisição de uma iogurteira e de uma envasadora pela agroindústria Q´Formaia (queijaria) também com recursos do projeto, possibilitou aumentar a produção e aproveitar o soro também para produção de iogurte. A agroindústria já fabricava queijo e ricota, com produção de 450 quilos de queijo/mês. O projeto apresentado pela produtora Dulce Pertusa, 61 anos, deixou ela e o marido Jandir Pertussatt, 60 anos, mais otimistas para ampliar a produção e buscar de novos mercados a fim de aumentar a renda, já que foram prejudicados no período da pandemia. O empreendimento é conduzido pelo casal.
O quarto projeto contemplado é da jovem Ana Felipetti, de 27 anos, que aplicou os recursos na compra de matéria-prima para confecção de jogos de cozinha, jogos para banheiros, enfeites de Natal, entre outras peças produzidas no Atelier de Costura. Ela lembra que iniciou com a produção de avental sustentável confeccionado com jeans, produzidos ainda na sala de casa, com uma máquina caseira. Abriu uma lojinha, mas logo veio a pandemia e precisou se reinventar e ser persistente. Ana compra o material através da internet. “Fui comprando o material aos poucos e fazendo gestão com o dinheiro, e uso a criatividade”, ressalta. A maioria das peças produzidas no atelier é feita sob encomenda. Ela conta com uma funcionária e também com a parceria de outras mulheres, que deixam seus produtos para amostra ou venda no ateliê. Ana é formada em Administração de Empresas e está cursando Técnico em Moda.
A extensionista rural social do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar em Mariano Moro, Marilei Battisti, lembrou que além de ajudar na divulgação do projeto “Mulheres do Nosso Bairro”, junto às assistidas da Emater/RS-Ascar, a Instituição assessorou em todas as etapas, desde a elaboração do projeto, implantação, compra de material, relatórios, até a prestação de contas. “Estamos felizes com os resultados obtidos com estes projetos que beneficiaram as mulheres empreendedoras e consequentemente suas famílias”, comenta.
Já em Entre Rios do Sul, o projeto contemplado foi da produtora Elenita Ida Tumellero, da área urbana do município. Os recursos foram direcionados para aquisição e melhorias de equipamentos como computadores mais modernos e manequins para fotos para divulgar os produtos da malharia, que conta com 11 funcionários.
Fotos: Terezinha Vilk/Emater/RS