Economia
Puxada pela alta da energia elétrica, inflação brasileira fica em 0,53% em junho e atinge 8,35% em 12 meses
A variação acumulada em 12 meses é a maior desde setembro de 2016 (8,48%).
Puxada pela alta da energia elétrica, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – a inflação oficial do País – ficou em 0,53% em junho, após ter registrado taxa de 0,83% em maio, conforme divulgou nesta quinta-feira (08) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Esse é o maior resultado para o mês desde junho de 2018 (1,26%). Com isso, o indicador acumula alta de 3,77% no ano e 8,35% nos últimos 12 meses”, informou o IBGE.
A variação acumulada em 12 meses é a maior desde setembro de 2016 (8,48%). A mediana das projeções de 38 instituições ouvidas pelo Valor Data era de alta de 0,59% no mês e de taxa de 8,41% em 12 meses.
Energia elétrica foi novamente a vilã
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em junho. O maior impacto veio do grupo habitação (1,10%), principalmente, por causa da energia elétrica (1,95%).
Embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior (5,37%), a conta de luz teve o maior impacto individual no índice do mês, respondendo por 0,09 ponto percentual do IPCA de junho.
Meta de inflação e perspectivas
A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 4,25% ao ano.
A expectativa do mercado financeiro para a inflação de 2021 foi elevada na semana passada para 6,07%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Com isso, a projeção dos analistas segue cada vez mais acima do teto do sistema de metas. Se confirmado o resultado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá de redigir uma carta aberta explicando os motivos para o descumprimento da meta.
Já a expectativa para a taxa Selic no fim do ano segue em 6,50%, o que pressupõe que haverá novas altas nos próximos meses. Para 2022, o mercado financeiro estima uma inflação de 3,77%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se oscilar de 2% a 5%.