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Queimadas aumentaram 43% no Rio Grande do Sul em um ano, revela Inpe

Esse fato está ligado com a estiagem que o Sul do País, mas sobretudo a estiagem que o Rio Grande do Sul vem enfrentando desde a primavera passada

Por O Sul Publicado em 22/04/2022 19:01 - Atualizado em 03/06/2024 11:09

O número de queimadas no Rio Grande do Sul saltou de 268 focos em 2021 para 384 focos em 2022, um crescimento de 43%, de acordo com o satélite de referência do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Esse fato está ligado com a estiagem que o Sul do País, mas sobretudo a estiagem que o Rio Grande do Sul vem enfrentando desde a primavera passada. No mapa abaixo é possível observar que durante o verão choveu cerca de 200 a 300 mm abaixo do que normalmente chove em áreas da Fronteira Oeste, Centro e Nordeste gaúcho. Esse verão foi marcado por recordes de calor, como o caso de Uruguaiana, com seus 42,9 °C em fevereiro deste ano.

Foto: Divulgação Sema

A falta de chuva deixa o solo mais seco e propício ao surgimento de focos de incêndio. No Estado, a falta de chuva está diretamente ligada ao fenômeno La Niña, com seu ápice no verão, mas persistindo desde a primavera.

Outro dado interessante sobre as queimadas é o aumento no número de focos sobre nossos vizinhos, com destaque para a Argentina, que teve um aumento no número de queimadas em 368% se comparado com 2021. Esse é o maior número de focos de queimadas já observados no País desde o começo do monitoramento, em 2016. Neste ano de 2022, entre 1 de janeiro e 19 de abril, foram 12.406 focos no país, contra 2.648 em 2021.

A relação é a mesma, a falta de chuva que castigou o Sul brasileiro também secou a Argentina, Paraguai e Uruguai. A La Niña está relacionada com a diminuição das chuvas nestas áreas e consequentemente, solo com baixa capacidade hídrica e mais propício para o surgimento de novos focos.

Brasil

O índice de queimadas também aumentou no País entre 1 de janeiro até a última terça-feira, 19 de abril. O Brasil já soma 6.554 focos de queimadas segundo o satélite de referência do Inpe. Este valor está 22% abaixo se comparado com ao mesmo período no ano passado, quando já haviam 8.438 focos.

Dos dados atuais, 35,4% dos focos encontram-se no bioma do Pantanal, enquanto 34,1% estão no Cerrado. Em terceiro lugar, o bioma mais afetado é a Mata Atlântica, com 17,2%. Dentre os Estados, Mato Grosso lidera em número de queimadas com 1.619 focos, ou seja, 24% do total nacional.

A cidade com maior número de focos de queimada até o momento é Corumbá (MS), com mais de 110 focos.

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